Resumo

O envelhecimento no Brasil tem sido cada vez mais evidenciado nos estudos sobre atividade física e saúde. Apesar de todas as recomendações e mesmo que os conceitos de um estilo de vida saudável tenham sido estudados, a inatividade física em idosos é ainda um problema em países em desenvolvimento e as razões para a não adesão a um estilo de vida ativo têm sido estudadas em todo o mundo. O objetivo deste estudo foi analisar a prevalência dos estágios de mudança do comportamento (EMC), e as barreiras percebidas (BP) à prática de atividade física (AF) em idosos residentes em Santa Maria-RS, Brasil. Participaram 156 idosos, sendo 34,6% (n=54) do sexo masculino e 65,4% (n=106) do sexo feminino, com média de idade de 70,58±7,86 anos, em três bairros de diferentes níveis socioeconômicos. Foi utilizado o questionário para investigação de barreiras pessoais proposto por Reichert et al. (2007) e para avaliar os estágios de prontidão para mudança comportamental o Questionário de Estágios de Comportamento para a AF proposto por Prochaska e Marcus (1994). A coleta de dados foi realizada nos meses de setembro a dezembro de 2015. Foi realizada análise dos resultados por estatística descritiva, teste qui-quadrado para as comparações das variáveis categóricas e para as variáveis continuas foi utilizado ANOVA One Way para as variáveis simétricas e teste de Kruskal-Wallis para as assimétricas, seguido do teste de Bonferroni como post-hoc. Ouve baixa prevalência de idosos fisicamente ativos no lazer nos três bairros inferior a 30%, bem como na amostra total. O bairro de menor nível socioeconômico apresentou maior prevalência de idosos nos EMC de contemplação (48,15%) e de pré-contemplação (27,78%), quando comparado com bairros de nível socioeconômico médio e alto. Em relação às BP mais citadas, o bairro de menor nível socioeconômico apresentou maior proporção de barreiras sendo “possuir alguma lesão ou doença” (59,26%) e “preguiça e cansaço” (46,30%), seguida por “falta de companhia” (46,94%) no bairro de nível socioeconômico médio. As barreiras “possuir alguma lesão ou doença” (p=0,023) e “a falta de dinheiro atrapalha de fazer AF” (p=0,020) apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os bairros. Os achados deste estudo mostraram o impacto que a percepção das barreiras exerce sobre a prática da AF, mostrando que quanto maior é o número de BP pelos idosos menor é o NAF. Os profissionais que atuam com essa população, devem estar atentos às possibilidades de intervenções e planejamentos que reduzam ou minimizem o efeito negativo que as BP exercem sobre o NAF dos idosos.

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