Resumo

A despeito dos benefícios da atividade física para a saúde serem bem documentados, muitos estudantes universitários não são regularmente ativos. No entanto, o ambiente universitário proporciona aos acadêmicos habilidades e conhecimentos quanto à adoção de um estilo de vida saudável, especialmente àqueles dos cursos de educação física e de esporte. Os objetivos do estudo foram (a) apresentar informações descritivas quanto aos estágios de mudança de comportamento e aos níveis relatados de prática habitual de atividade física em amostra representativa de acadêmicos dos cursos de educação física e de esporte;

e (b) estabelecer congruência entre os estágios de mudança de comportamento e a identificação dos níveis de prática habitual de atividade física na amostra de acadêmicos. A amostra foi constituída por 590 acadêmicos (270 moças e 320 rapazes) com idades entre 18 e 35 anos. Os estágios de mudança de comportamento para a atividade física foram identifi cados a partir de algoritmo do modelo transteorético. As informações quanto à prática habitual de atividade física foram obtidas por intermédio do Questionário Internacional de Atividade Física, formato curto. Os resultados encontrados revelaram que a série e o turno dos cursos podem desempenhar impacto signifi cativo nos níveis de prática habitual de atividade física dos acadêmicos de ambos os sexos. Os estágios de mudança de comportamento e os níveis de prática habitual de atividade física foram signifi cativamente associados com variáveis sócio-demográfi cas, como é o caso do sexo, da idade, do nível econômico, da moradia, da jornada de trabalho, do sobrepeso e do uso de tabaco. As magnitudes de sensibilidade, especificidade e efi ciência mostraram que a congruência entre os estágios de mudança de comportamento e o auto-relato dos níveis de prática habitual de atividade física é frágil, especialmente nas moças. Como conclusão, os achados do estudo representam uma primeira tentativa de melhor entender os fatores sócio-demográfi cos associados à adoção de um estilo de vida regularmente ativo entre os acadêmicos dos cursos de educação física e de esporte. Os resultados revelaram que o algoritmo dos estágios de mudança de comportamento utilizado no estudo não é apropriado para identifi car os níveis relatados de prática habitual de atividade física, apontando para a necessidade de novas investigações envolvendo a população de universitários.

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