Estatuto posicional no futebol: comparação da capacidade da memória de trabalho em jogadores de diferentes posições
Por Anna Cristina Faria Lage (Autor), Pedro Emílio Drumond Moreira (Autor).
Em 13º Congresso Internacional do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região CONCREF
Resumo
No futebol, jogadores de diferentes posições (defensores, meio-campistas e atacantes) apresentam níveis de desempenho distintos devido às exigências situacionais específicas vivenciadas no processo de treinamento e no jogo. Dentre os processos cognitivos, destaca-se a capacidade da memória de trabalho como importante componente cognitivo no elo dos processos atencionais e de memórias relevantes para de decisão dos jogadores e consequentemente para o sucesso no jogo. Entretanto, poucas informações se observam na literatura acerca da diferença da capacidade da memória de trabalho entre jogadores de diferentes posições. Objetivo: Comparar a capacidade da memória de trabalho entre jogadores defensores, meio-campistas e atacantes. Referencial teórico: observa-se na literatura que meiocampistas possuem melhor desempenho ofensivo em comparação a defensores e atacantes. Esse resultado se associa as funções específicas, comumente, observadas pela posição como, transportar a bola das zonas defensivas para as zonas ofensivas do campo por meio de criação de ações ofensivas. A obtenção de melhores desempenhos táticos se associa a capacidade atencional dos atletas, conduzindo para a eficácia dos processos perceptuais para melhores decisões. Devido à relevância da capacidade da memória de trabalho nos processos atencionais, jogadores de diferentes posições que desempenham distintos níveis de desempenho tático podem obter diferentes níveis da capacidade de memória de trabalho. Neste sentido, espera-se que jogadores meio-campistas apresentem superioridade na capacidade da memória de trabalho em relação às demais posições, diante do maior nível de desempenho tático. Materiais e métodos: A amostra foi composta por 18 defensores, 11 meio-campistas e 10 atacantes de dois times de futebol masculino da categoria sub-14. Os treinadores das equipes indicaram o estatuto posicional dos atletas. Todos os atletas faziam parte de um mesmo clube de futebol e não apresentaram diferenças estatísticas acerca do nível de experiência. Recorreu-se ao teste spam dígitos para a avaliação da capacidade da memória de trabalho dos jogadores. O teste exigiu que os indivíduos memorizassem e digitassem no computador sequências de números apresentadas via teste. Mensurou-se a capacidade da memória de trabalho pela razão entre os acertos e os acertos possíveis das sequências de números. Resultados e discussão: Após análise dos dados, realizou-se a Anova uma via que não acusou diferença significativa entre as diferentes posições para a capacidade da memória de trabalho (p=0.187; tamanho do efeito =0.089, pequeno). Esses resultados podem estar relacionados ao grau de especialização por posição no processo de treino da amostra do presente estudo e ao caráter geral da medida de memória de trabalho proveniente de um teste laboratorial. Conclusão: conclui-se que o estatuto posicional não influencia na capacidade da memória de trabalho de jogadores de futebol da categoria sub-14