Resumo

A OMS reconhece que a saúde é composta de variáveis físicas, mentais e sociais. Estudos apontam que atletas têm apresentado longevidade superior comparado à população geral (PG), contudo fatores relacionados ao estilo de vida dessa população específica ainda são poucos investigados. OBJETIVO: Levantar a prevalência dos fatores de risco à saúde entre os atletas profissionais (AP) e compará-los com os atletas amadores (AA) e a PG. MÉTODOS: De 2013 a 2015 foram avaliados 501 indivíduos participantes de competições de nível regional/superior que admitiram o esporte como atividade profissional. Foram avaliado peso, altura, PA, aspectos psicológicos do estilo de vida. Os indivíduos que não responderam a todos os questionários ou não realizaram todos os testes foram excluídos da amostra. 288 indivíduos de ambos os sexos (225 H e 63 M, 21 ± 6,9 anos) que eram federados em sua modalidade esportiva e apresentavam volume de treino semanal ≥6 horas foram caracterizados como AP. O segundo grupo composto de 102 indivíduos (73H e 29M, 21,9±7,9 anos) não federados e/ou que treinavam <6 horas/semana, foi denominado AA e um terceiro grupo foi composto pela PG, representada por valores extraídos do IBGE para a mesma faixa etária dos grupos anteriores. Foi realizado o teste de 2 proporções para análise estatística pelo Software Minitab na versão 17. RESULTADOS: Não houve diferença significativa entre os 3 grupos para a prevalência de sobrepeso/obesidade (AP = 31,0% x AA = 36,4% x PG = 32,8%) e HA (AP = 6,4% x AA = 10,1% x PG = 5,7%). A prevalência de depressão foi maior na PG em comparação aos AP e AA respectivamente (3,9% x 0,3% x 1,0%; p < 0,003) sem diferenças ente AP e AA. O consumo de tabaco foi maior na PG em comparação aos AP e AA respectivamente (12,7% × 1,7% x 4,9%; p < 0,05) sem diferença entre AP e AA. O mesmo resultado foi observado para o consumo de álcool (27,1% x 9,4% x 6,9%; p < 0,01). Quanto à percepção subjetiva do estado de saúde, a PG (81,6%) acredita ser mais saudável que seus congêneres (p < 0,001), não havendo diferença entre os grupos AP (56%) e AA (45%). CONCLUSÃO: A maioria dos fatores de risco à saúde é mais prevalente na PG comparada aos atletas. Contudo, não há diferenças nos fatores de risco entre os Atletas Profissionais e os Amadores. Ainda assim, atletas possuem uma pior percepção de saúde em relação à PG. Os dados levantados apontam que as pessoas fisicamente ativas são mais criteriosas com a própria saúde, adotando comportamentos de menor risco

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