Resumo

Estudos epidemiológicos mostram a obesidade feminina como um dos maiores problemas nutricionais da atualidade, sendo mais prevalente entre aquelas de baixo nível socioeconômico. O objetivo do estudo foi avaliar o estilo de vida como fator de risco para a prevalência da obesidade entre mulheres de baixa renda. Participaram do estudo 72 mulheres com idades entre 20 e 60 anos, residentes em uma região de extrema pobreza do município de Santa Cruz do Sul/RS. Através de visitas domiciliares, foram aplicados: questionário sobre as condições socioeconômicas e de saúde, Recordatório Alimentar de 24h e avaliação antropométrica (peso, estatura e circunferência abdominal). O Índice de Massa Corporal (IMC) e a circunferência abdominal foram utilizados para o diagnóstico nutricional. Os itens alimentares foram analisados no programa Virtual Nutri, e a análise estatística compreendeu os testes qui-quadrado, “t” de Student e ANOVA, sendo considerados estatisticamente significantes quando a probabilidade de erro foi inferior a 5% (p<0,05). Assim, encontrou-se 31,9% das mulheres com sobrepeso e 22,2% com obesidade. Houve diferença estatística em relação ao IMC e as variáveis renda e idade. O inquérito alimentar apresentou um consumo excessivo de lipídios e insuficiente em carboidratos e fibras. O sedentarismo foi observado em 88,9% das mulheres. Logo, a obesidade entre as mulheres pobres na região estudada expressa, na realidade, os novos contornos da pobreza urbana, estando possivelmente associada à baixa renda, à cultura alimentar e ao sedentarismo.

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