Estilo de vida e transtorno depressivo em universitários: projeto unilifem/aracaju
Por Isadora Fernanda de Freitas Cunha (Autor), Ellen Caroline Mendes da Silva (Autor), Maria Jaqueline Reis Almeida Rodrigues (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Alta prevalência de transtornos mentais (TM) tem sido identificada em universitários. Dentre os possíveis determinantes dos TM, está o estilo de vida. Contudo, ainda é necessário investigar as diferenças entre o estilo de vida de universitários com e sem sintomas de TM em diferentes realidades e contextos. OBJETIVO: Comparar o estilo de vida entre universitários que apresentaram e não apresentaram sintomas moderados a severos do Transtorno Depressivo Maior (TDM). MÉTODOS: Trata-se de uma análise transversal, com dados de baseline do estudo piloto da coorte UniLife-M. A amostra foi composta por 49 universitários (59,6% mulheres e 61,8% homens), selecionados por conveniência, com média de idade de 23,2 ± 6,93 anos, da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Os participantes responderam de forma online, através da plataforma RedCap, questionários sobre o estilo de vida - The Short Multidimensional Inventory Lifestyle Evaluation (SMILE) - e presença de sintomas depressivos - Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9). Para o questionário SMILE, foram calculados os escores por domínios e total. Em seguida, foi realizado o cálculo do escore do PHQ-9 para identificar a presença de indicadores de sintomas depressivos, foi adotado um ponto de corte ≥10. A normalidade dos dados foi investigada com o teste de Kolmogorov-Smirnov. A comparação das variáveis foi realizada por meio do teste t de Student para variáveis independentes (distribuição paramétricas - SMILE total e domínio da atividade física) e U de Mann-Whitney (distribuição nãoparamétricas - todos os demais domínios). RESULTADOS: Os participantes que apresentaram sintomas moderados a severos do TDM tiveram valores médios menores no escore total do SMILE, quando comparados a seus pares sem sintomas do TDM (112,2±14,8 vs 123,4±12,6; p = 0,007). Para os domínios da atividade física e controle do estresse, foram observadas médias menores em universitários com sintomas do TDM, quando comparados com aqueles que não apresentaram (9,4±2,4 vs 11,7±2,4; p=0,002 e 20,2±4,9 vs 23,4±4,1; p=0,04, respectivamente). Não foram observadas diferenças para os domínios de alimentação, uso de substâncias, sono restaurador, apoio social e exposição ambiental. CONCLUSÃO: Universitários com sintomas moderados a severos do TDM apresentam menor nível de atividade física e controle de estresse quando comparados com universitários que não apresentam os sintomas.