Resumo
O presente estudo objetivou descrever as características e analisar possíveis associações entre sexo, idade, escola pública e particular, no que tange ao estilo de vida relacionado à saúde e aos hábitos comportamentais em escolares do ensino médio do município de Blumenau - SC. Foi utilizada a seleção da amostra por conglomerado, incluindo 431 escolares de escolas públicas e particulares, com idades entre 14 e 18 anos. Os dados referentes ao estilo de vida dos escolares foram coletados com a utilização de um questionário, que possibilitou o levantamento de informações sociodemográficas, prática de atividades físicas, tabagismo, comportamento, álcool, drogas e relacionamento. Os resultados evidenciaram que 77,6% dos jovens não exercia trabalho remunerado, tinham 1 ou 2 irmãos (74,5%), eram de famílias composta por 3 ou 4 pessoas (68,3%), e pertenciam, predominantemente à classe socioeconômica B (77,5%). A porcentagem de 75,1% não possuía o hábito de alimentar-se diariamente com cinco ou mais porções de frutas e/ou verduras. Ficou evidenciado, também, que os jovens pesquisados não se preocupavam em evitar gorduras (70,3%). Mais da metade dos jovens (57,8%) não possuía o hábito de praticar atividades físicas. Ficou evidenciado, ainda, que boa parte dos jovens cultivava o hábito de fumar ou beber mais de uma dose diária (42,9%), porém notou-se que outra boa parte não mantinha essa prática de forma constante (40,9%). A maioria dos jovens (85,1%) sempre ou quase sempre respeitava as normas de trânsito. Quase todos os alunos pesquisados estavam completamente satisfeitos com os seus colegas (92,5%). Mais da metade dos jovens (55,7%) possuía o hábito de reservar cinco minutos do seu dia para relaxar, e essa atividade não diferia entre os sexos. A maioria dos jovens pesquisados (60,6%) nunca experimentou cigarro; contudo, pequena parcela dos jovens (7,4%) fuma atualmente. Ambos os sexos apresentaram as mesmas características sobre o álcool. Os jovens, em sua maioria, já o experimentaram (89,7%). Uma parte considerável dos jovens (14,5%) já experimentou algum tipo de droga ilícita e 6,3% (n=22) são usuários, atualmente. Na prática da relação sexual, notou-se que há mais rapazes que já tiveram a primeira relação (39,1%) e que têm a primeira relação mais cedo que as moças (22,3%). Comparando a variável escola, notou-se que havia diferença apenas no uso de preservativo, pois enquanto na escola pública (96,4%) dos jovens sempre usam a proteção, na escola particular apenas 82% a usam. A pesquisa mostrou que o professor de Educação Física não influi no sexo de maneira diferente, e que, quando influi, o faz de maneira geral. Pode-se observar que quase a metade dos jovens (68,3%) achava que o seu professor influía no seu estilo de vida. Mais da metade (71,1%) disseram que não influencia nada no consumo de bebidas, e também não (72,4%) no uso de drogas. Também declararam que ele não influía no hábito sexual nem no hábito de fumar. No controle do peso corporal as opiniões divergia bastante, e mais da metade (52,4%) achava que ele influencia no hábito alimentar. Os alunos mostraram que consideram importante o processo educativo, valorizando-o sobremaneira, e, especialmente, as aulas e o professor de Educação Física. Quanto à variável escola, sobre os mesmos assuntos, as opiniões dos jovens das duas redes de ensino, sobre a influência do professor, somente se diferenciaram quanto ao ato sexual e no hábito alimentar. No ato sexual os alunos, acham que o professor não influi, porém esta opinião é mais comum nas escolas particulares (75,5%) do que nas escolas públicas (59,9%).