Resumo

21/02/2020

Nas últimas décadas houve modificação no estilo de vida da população infanto juvenil, com diminuição da alimentação saudável e da prática de atividades físicas, o que pode acarretar em medidas antropométricas excessivas e potencial associação ao aumento da pressão arterial (PA). Portanto, a análise dessas relações é fundamental para o diagnóstico em escolares e estabelecer medidas precoces de prevenção. Neste sentido, a presente investigação teve como objetivos: i) analisar a associação entre estilo de vida, nível de atividade física e comportamento alimentar em adolescentes; ii) avaliar a relação entre indicadores antropométricos de obesidade e o comportamento alimentar em adolescentes; iii) verificar a associação da PA elevada entre pais e filhos com o nível de atividade física em crianças e adolescentes; iv) avaliar a relação entre a obesidade, o nível de atividade física e hipertensão arterial (HA) em crianças e adolescentes. Estudo de caráter descritivo transversal exploratório realizado com 336 crianças e adolescentes, com idades entre 11 e 17 anos, de ambos os sexos, provenientes de escolas particulares do estado Paraná – Brasil. As variáveis estudadas foram idade, sexo, massa corporal, estatura, índice de massa corporal (IMC) e escore z (IMC-z), circunferência da cintura (CC), razão cinturaestatura (RCEst) e PA, atividade física e alimentação. O perfil do estilo de vida foi avaliado por meio do questionário “Perfil do Estilo de Vida Individual” (PEVI), o comportamento alimentar pelo “Questionário ELSA- Brasil” reduzido e o nível de atividade física pelo “International Physical Activity Questionnaire” (IPAQ) - versão curta. Foi considerado hipertenso o avaliado com a PA sistólica (PAS) e/ou diastólica (PAD) superiores ao percentil 95 por sexo, idade e estatura ou ≥120/80 mmHg. Foram utilizados os testes de estatísticos de Mann-Whitney, t-Student, Quiquadrado, odds ratio (OR) e Correlação de Pearson, com significância de 5%. Os principais resultados evidenciaram que 35,11% dos participantes apresentaram excesso de peso, 13,39% CC elevada, 40,2% foram considerados insuficientemente ativos em atividade física moderada vigorosa (AFMV) e 31,5% apresentaram PEVI desfavorável. Dos 336 escolares, 118 pais responderam ao questionário de HA (35%), dos quais 34,7% possuem histórico familiar de HA. Foram identificados que 40,5% das crianças e adolescentes apresentaram HA e as chances foram relacionadas à CC elevada (OR=6,11; IC95%:2,59-14,42) e ao excesso de peso (OR=2,91; IC95%:1,76-4,79), entretanto, os que praticavam atividade física apresentaram menor risco de PAD elevada (OR=0,33; IC95%:0,15-0,72). Conclui-se na presente investigação que as frequências de excesso de peso e da baixa participação em atividades físicas foram consideradas elevadas. Ademais, a prática de AFMV parece demonstrar efeito protetor sobre a PAD, porém maiores valores de PAS estão associados ao histórico familiar de HA. Dessa forma, ressalta-se a importância da conscientização da qualidade do estilo de vida na família, para que surjam ações que incentivem maior adesão aos hábitos saudáveis com o objetivo de promover e proteger a saúde, bem como reduzir futuras vulnerabilidades em crianças e adolescentes.


 

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