Resumo
INTRODUÇÃO: Em geral adolescentes desfrutam da prática esportiva. O crescimento do número de competições e competitividade nos esportes juvenis, vem causando um aumento na frequência e volume de treinamento, levando a especialização esportiva. Ainda que seja um tema bastante discutido na literatura, não existe um consenso sobre suas consequências em escolares. OBJETIVO: Estimar a chance de especialização esportiva precoce em uma população atlética escolar. MÉTODO: Os instrumentos para caracterização da amostra e o Questionário Sobre Especialização foram respondidos por 830 praticantes de modalidades distintas. Os participantes foram recrutados de escolas públicas e particulares. A classificação da especialização foi feita baseada nos métodos de autoclassificação e no sistema de três pontos. A análise dos dados foi realizada através da estatística descritiva, teste qui-quadrado e análise de regressão logística multinomial. Foram considerados estatisticamente significativos valores de p<0,05. RESULTADOS: Os resultados das análises mostraram que a maior parte da população estudada é do sexo masculino. O sistema de pontos classificou os adolescentes em níveis: baixa, média e alta especialização, mostrando 61,8% (n=495), 29,5% (n=235), 8,7% (n=70) respectivamente, alocados em cada categoria. Os participantes se classificaram como praticantes de um único (n=405, 50,6%), ou vários esportes (n=396, 49,4%) através do sistema de autoclassificação. A associação entre os métodos (sistema de 3 pontos e autoclassificação), mostrou-se significativa estatisticamente (p=0,001). CONCLUSÃO: A chance de um escolar ser especializado precocemente é baixa. As variáveis idade e tamanho da escola não foram determinantes para influenciar na especialização dos escolares. Contudo, a especialização esportiva parece ser influenciada pela sexo e tipo de escola.