Resumo
SOUZA, Julianna Mendes de Matos. Estimulação Precoce e desenvolvimento cognitivo de crianças Prematuras em idade escolar. 2021. Mestrado em Educação Física. Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2021. Segundo estudos, o nascimento prematuro interfere no desenvolvimento infantil. Crianças nascidas antes das 37 semanas apresentam maiores dificuldades no desenvolvimento das funções executivas (FE) se comparadas com aquelas nascidas a termo, assim, é importante o quanto antes identificar os possíveis atrasos e oferecer programas de estimulação precoce que objetivem amenizar os riscos. Por isso, este estudo teve como objetivo geral comparar o desenvolvimento das FE de crianças prematuras em idade escolar que frequentaram um programa de estimulação precoce durante os primeiros anos de vida com as que não frequentaram e as não prematuras. O estudo foi caracterizado como uma pesquisa descritiva do tipo experimental, composta por três grupos de participantes, incluindo 59 crianças de 4 a 6 anos de idade. O primeiro grupo foi formado por 18 crianças nascidas prematuras que frequentaram o programa de estimulação precoce, o outro grupo foi composto por 23 crianças também prematuras que não participaram do programa de estimulação precoce ofertado pela Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) e, por fim, um grupo de 18 crianças da mesma idade não prematuras. O desenvolvimento das FE foi avaliado por meio de dois instrumentos neuropsicológicos, o Teste de Trilhas para Pré-escolares (TT-PE), que tem por objetivo avaliar a flexibilidade cognitiva e o Teste de Atenção por Cancelamento (TAC), o qual se caracteriza como um instrumento amplo que analisa as distintas estruturas que compõem o sistema atencional. Para a coleta de dados sobre as variáveis sociodemográficas e a escolaridade das mães dos alunos foi utilizado um questionário, construído mediante a composição de partes de outros instrumentos validados e que serão respondidos pelos pais. Os dados foram tratados utilizando-se o programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0®, para todas as análises foi considerado um nível de significância de 5%. Os resultados demonstram que não houve diferenças estatisticamente significantes nas FE de crianças prematuras em idade pré-escolar que participaram do programa de estimulação precoce nos primeiros anos de vida, com aquelas que não participaram e as não prematuras. Desse modo, percebe-se que o Programa de Educação Precoce do DF pode constituir-se em uma importante ferramenta para a ampliação das funções executivas de crianças prematuras, proporcionando estímulos essenciais para a aquisição de habilidades globais. Outros estudos são solicitados a fim de confirmar ou refutar os dados da presente pesquisa. Espera-se que este trabalho contribua para ampliar o debate sobre o tema.