Resumo

A maior parte das informações que recebemos do mundo à nossa volta é fomecida pelo sentido da visão. Quando sua ausência data do nascimento, a criança se depara com uma série de limitações e dificuldades em seu desenvolvimento global, que repercutem, freqüentemente, em sua integração e adaptação social. O presente estudo teve como objetivo investigar a forma pela qual a Estimulação Precoce pode contribuir para o desenvolvimento motor e cognitivo da criança cega congênita, entre O e 2 anos de idade, procurando aproximá-lo, o mais possível, dos padrões de normalidade, permitindo e facilitando a adaptação e integração social dessa criança. Trata-se de pesquisa não-experimental, do tipo ex post facto, que apresenta o estudo de dois casos de crianças cegas congênitas, encaminhadas ao Instituto Benjamin Constant. O estudo constou do levantamento e análise de dados referentes às avaliações prévias e ao acompanhamento do desenvolvimento motor e cognitivo destas crianças, do sétimo mês aos 2 anos, mediante a aplicação de procedimentos e atividades específicas da Estimulação Precoce, com o envolvimento das respectivas famílias neste processo. A aproximação dos resultados obtidos com os indicadores da Escala de Desenvolvimento de Leonhardt (1992), própria para crianças cegas congênitas de O a 2 anos de idade, revelou-se positiva. As duas crianças, objeto formal deste estudo, apresentaram desenvolvimento compatível com o esperado na maioria dos indicadores concernentes aos aspectos motores e cognitivos. O Roteiro de Procedimentos e Atividades, baseado na revisão de literatura, assim como nos procedimentos adotados no Instituto Benjamin Constant e acolhidos nesta pesquisa, é apresentado na parte final do estudo, no intuito de motivar novas investigações e adaptações por profissionais das áreas de educação ,e saúde, visando beneficiar crianças em condições semelhantes.

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