Resumo
Apesar de descrito em diversos esportes, as estratégias de prova não foram descritas em uma prova de mountain bike cross country (XCO). Em conjunto, uma melhor compreensão das respostas emocionais e cognitivas contribui para um melhor entendimento do esporte. A presente dissertação tratará desses dois temas em dois diferentes artigos. O artigo 1 teve como objetivo comparar e classificar as estratégias de prova adotadas por sujeitos com diferentes níveis de desempenho num teste de desempenho simulado (TDS) O objetivo do estudo 2 foi descrever a resposta do humor ao longo do TDS, além de analisar o relacionamento da percepção subjetiva de esforço (PSE) em função da distância completada e da potência média produzida a cada volta (WSPT). No artigo 1, ciclistas de nível nacional e regional de XCO (n=20, 32,3±6,5 anos, 175.7±5,9cm, 69,2±5,6kg, 297,6±21,8Wmax e 65,7±5,4mL.kg.min) participaram de uma competição simulada em um cicloergômetro eletrônico (Computrainer ™), composta por 4 voltas em um circuito. Os atletas foram divididos em dois grupos (alto e baixo) baseados no tempo de desempenho e instruídos a realizarem o percurso o “mais rápido que pudessem.” Não houve interação para o tempo da volta (P=0,169) potência produzida absoluta (P=0,719) e relativa (P=0,607), PSE (P=0,182) e frequência cardíaca (P=0,125). No artigo 2, ciclistas de nível nacional e regional de XCO (n=19, 32,2±6,5 anos, 174,9±5,4cm, 67,8±6,5kg, 295,8±21,1Wmax e 65,3±4,9mL.kg.min) realizaram a mesma simulação de desempenho descrita no método do estudo 1. No último km de cada volta foi utilizada a escala de perfil de estado de humor (POMS) e a escala CR100 para a quantificação da PSE. Foram observadas a diminuição no vigor (P=0,049) e aumento na fadiga (P=0,000) e no distúrbio total de humor (DTH) (P=0,014). Além disso encontramos boa correlação entre a PSE e a distância percorrida (r=0,999 P=0,000), o %tempo (r=0,999 P=0,000) e a W (r=0,969 P=0,030). Concluímos a partir dos nossos resultados que o nível de desempenho não afetou a estratégia, e que o humor foi afetado negativamente em nível competitivo, confirmado pelo aumento do DTH assim como pelo aumento do cofator fadiga do POMS e da PSE ao longo do TDS.