Estratégias de Pacing na Maratona de Berlim de 2004 a 2019
Por João Vitor da Silva Oliveira (Autor), Josária Ferraz Amaral (Autor), Jorge Luis da Silva (Autor), Renata de Faria Leão (Autor), Cristiano Diniz da Silva (Autor), Marcus Vinicius da Silva (Autor).
Resumo
O presente estudo teve como objetivo investigar as estratégias de pacing utilizadas por homens e mulheres na Maratona de Berlim entre os anos de 2004 e 2019. Foram analisados os registros dos 20 primeiros atletas no masculino e feminino. A amostra foi dividida em sete grupos: recorde mundial, grupo dos campeões (masculino e feminino), grupo do 2º ao 5º colocado (masculino e feminino) e grupo do 6º ao 20º colocado (masculino e feminino). O tempo realizado nas oito parciais de 5 km e na parcial de 2.195 km foram convertidos em segundos para cálculo de velocidade em metros por segundos. Para análise da estratégia de pacing a velocidade em cada parcial foi normalizada pela velocidade média na prova. Utilizou-se ANOVA de um fator para verificar possíveis diferenças entre os grupos em cada parcial, e para a análise da estratégia de pacing de cada grupo, foi utilizada a ANOVA de medidas repetidas intra-grupo. Os homens recordistas mundiais utilizaram estratégia de pacing constante (p= 0.98). Os grupos de campeões, masculino e feminino, também utilizaram estratégia de pacing constante (p> 0.108). Os grupos do 2º ao 5º colocados, de ambos os sexos, apresentaram estratégia de pacing positiva (homens p= 0.001–0.007; mulheres p = 0.001–0.04). Do mesmo modo, os atletas dos grupos do 6º à 20º colocados masculino e feminino também apresentaram estratégia de pacing positiva (homens p< 0.001; mulheres p< 0.001). Não foram encontradas diferenças na estratégia de pacing entre homens e mulheres vencedores. Conclui-se que a estratégia de pacing constante é aquela que possibilitou melhor êxito na Maratona de Berlim, tanto os recordistas quanto os campeões a utilizaram.