Estrutura de Prática e Processo Adaptativo em Aprendizagem Motora: Efeito da Especificidade da Tarefa
Por João Augusto de Camargo Barros (Autor), Umberto Cesar Correa (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Recentemente os efeitos de diferentes estruturas de prática na aquisição de habilidades motoras têm sido investigados sob um modelo de não-equilibrio. Contudo, os resultados dessas investigações têm sido divergentes ao apontar q u a l condi ç ão de pr á t i c a promove me lhor aprendi z agem. Al g uma s explicações são propostas para explicar esses resultados divergentes: d i fe re n ç a s i n d iv i d u a i s, n í ve l d e h ab i l i d a d e, t i p o d e p e rt u r b a ç ã o e especificidade da tarefa. O presente estudo ateve-se a esse último aspecto visto que ele - especificidade da tarefa - tem sido apontado como um fator decisivo na formulação de teorias, modelos e hipóteses em comportamento motor. Portanto, o objetivo desse estudo foi investigar se os efeitos da estrutura de prática na aquisição de habilidades motoras são específicos à tarefa. Foram conduzidos três experimentos nos quais as tarefas consistiam em tocar três sensores com tempos para os segmentos, forças de toque ou seqüências determinados, respectivamente, experimentos 1, 2 e 3. Os experimentos envolveram as fases de estabilização e adaptação. Para cada experimento 60 crianças (idade média = 11,23 +/- 1,06 anos) foram divididas aleatoriamente em quatro grupos de prática: constante, aleatória, constante-aleatória, e aleatória-constante. O desempenho foi medido pelo erro global (experimentos 1 e 2), e pelo número de toques errados em cada tentativa (experimento 3). Os resultados foram analisados em blocos de dez tentativas em termos de médias e desvios padrão. No experimento 1, os resultados mostraram desempenhos similares para todos os grupos na fase de adaptação. A análise dos erros parciais indicou que o grupo de prática constante-aleatória apresentou melhor desempenho, visto que apre s entou menor pe rt u rba ç ão f rent e à modi fi c a ç ão da t a re fa . No experimento 2, os resultados indicaram que o grupo de prática aleatóriaconstante foi mais consistente do que o grupo de prática aleatória na fase de adaptação. A análise dos erros parciais indicou que o grupo de prática constante-aleatória apresentou maior perturbação frente à modificação da tarefa. E no experimento 3, os resultados indicaram que o grupo de prática aleatória-constante foi mais consistente que os grupos constante e aleatória na fase de adaptação. Esses resultados permitem afirmar que os efeitos da estrutura de prática foram específicos à tarefa