Estrutura temporal de jogos de tênis de mesa de atletas com deficiência intelectual
Por Raphael Moreira de Almeida (Autor), Ciro Winckler (Autor).
Em Revista da Associação Brasileira de Atividade Motora Adaptada - SOBAMA v. 25, n 1, 2024.
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a estrutura temporal – duração do rali – DR, intervalo entre ralis – TI, número de rebatidas por rali – NRR, taxa de rebatidas por segundo – TRS, razão entre esforço e pausa – E:R e duração total do jogo – DTJ – em jogos de mesatenistas com deficiência intelectual – DI (Classe 11 do Tênis de Mesa Paralímpico), analisando diferenças entre sexos, e em comparação à mesatenistas sem deficiências e com outras deficiências. Foram analisados 14 jogos (7 por sexo) do Campeonato Mundial de 2018. A comparação entre sexos foi feita utilizando os testes de Mann-Whitney (distribuição não-paramétrica) e teste t (distribuição normal) (p < 0,05). Os jogos da Classe 11 tiveram DR, TI, NRR, TRS, E:P e DTJ de 3,68 s, 12,68 s, 4,00, 1,14golpes/s, 0,30 e 26,80 min no masculino e 3,56 s, 9,12 s, 4,00, 1,07golpes/s, 0,40 e 20,50 min no feminino, com 80% dos pontos indo até 5,49 s e 6 rebatidas e 87,2% dos intervalos indo até 17,99 s. As diferenças em DR, TI, NRR, TRS e E:P em relação aos mesatenistas sem deficiências indicam limitação tática e maior densidade de esforço em mesatenistas com DI. A menor DR em relação aos usuários de cadeira de rodas, mostra que as classes da modalidade podem ter estrutura temporal de jogo diferentes no masculino. Os maiores NRR, TI e TRS no masculino indicam que a estrutura do jogo difere entre sexos na Classe 11. Os dados do presente estudo são pioneiros, fornecendo base para prescrição de treinamento adequada aos mesatenistas com DI.