Resumo
Este estudo discutiu o trabalho de flexibilidade (F) em Educação Física Escolar (EFE). Foram três os objetivos específicos: a) observar o valor que dá o professor à F em sua prática; b) descrever o desenvolvimento da F em crianças de 5 a 15 anos, de ambos os sexos; c) verificar a influência da F sobre a aprendizagem de habilidades motoras, no caso a natação. Para o primeiro estudo foram analisadas 84 respostas de professores a um questionário. O segundo consistiu no exame de 506 medidas de F (264 meninos e 242 meninas), através do FLEXITESTE. Para o terceiro correlacionou-se 80 medidas de F em crianças em fase inicial do aprendizado da natação (pré e pós-púberes) com notas atribuídas por especialistas para o definido como facilidade para a aprendizagem (FPA). Os resultados indicam que a) o professor não vem transferindo para sua prática a importância que parece dar à F; b) a F diminui linearmente dos 5 aos 9 anos e depois de forma mais lenta, com períodos de estabilização dos 10 aos 15 anos, em ambos os sexos (p < 0,05); c) meninas são mais flexíveis que os meninos durante quase todo o período observado, mas perdem mobilidade mais rapidamente dos 5 aos 9 anos (p < 0,05); d) as articulações examinadas separadamente acompanham a tendência geral de perda de F, mas evoluem independentemente umas das outras; e) o grupo de movimentos que mais perde F é o relacionado ao tronco, justificando preocupação adicional; f) há correlação entre a F do tornozelo, do ombro e total com a FPA em natação para crianças pré-púberes. Concluindo, a F pode atender a vários aspectos do trabalho em EFE, o que justificaria a condução de outros estudos para um maior aprofundamento no tema, pouco explorado pela literatura.