Resumo

A obesidade, antes um problema de saúde nos países desenvolvidos, tem-se tornado, ultimamente, um problema de saúde pública também nos países em desenvolvimento, sendo mais preocupante em crianças e adolescentes, uma vez que, estabelecida nesta faixa etária, determina uma potencial piora das condições de saúde associadas à obesidade na idade adulta. O estudo comparou a capacidade aeróbia e anaeróbia de meninos e meninas, com obesidade severa da cidade de São Paulo-Brasil. Sessenta meninos e sessenta meninas com obesidade severa (Índice de Massa Corporal - IMC ³ 30.0) com idade entre 14 e 19 anos realizaram densitometria óssea (DEXA), avaliação da capacidade anaeróbia (Teste de Wingate) e avaliação da capacidade aeróbia em bicicleta. Os meninos apresentaram valores aumentados para consumo máximo de oxigênio (VO2 MÁX), limiar anaeróbio ventilatório (VO2 LV-I), freqüência cardíaca do limiar anaeróbio ventilatório (FC LV-I), potência máxima (PT MÁX) e potência média (PT MED), embora apresentassem mesma gordura corporal total (MG TOTAL) e uma massa magra total (MM TOTAL) maior se comparados com as meninas: * (P < 0,001). Os dados apresentam valores semelhantes aos apresentados em outros trabalhos de normalidade para capacidade aeróbia e anaeróbia em adolescentes obesos e não obesos, confirmando a existência de diferenças entre os sexos na performance física. Quando analisamos as diferenças de composição corporal, embora haja uma igualdade se comparado o IMC e quantidade de gordura corporal total de ambos os grupos, podemos constatar um diferença significativa quanto à quantidade de massa muscular total, o que poderia explicar tal diferença na performance física entre os sexos. PALAVRAS-CHAVE: adolescentes, obesidade, composição corporal, aptidão física.