Resumo

O objetivo deste estudo é comparar os indicadores de hábitos de vida e os traços de personalidade dos atletas de basquetebol juvenil, que disputam competições de alto nível em Santa Catarina (Brasil) e Oklahoma (EUA). Esta pesquisa do tipo ‘Aplicada’ utilizou para análise e interpretação dos dados a abordagem quantitativa, mensurando as variáveis: sexo e posição em quadra; e qualitativa, comparando e interpretando os dados obtidos nos questionários de hábitos de vida e traços de personalidade. A população pesquisada foi constituída por atletas com idades entre 16 e 18 anos, que praticam basquete, no mínimo, há um ano. Em Santa Catarina, foram pesquisados 157 jogadores (76 homens; 81 mulheres); em Oklahoma 150 jogadores (75 homens; 75 mulheres). A técnica de amostragem adotada foi do tipo ‘Probabilística Aleatória’, estratificada por localização e sexo. Os instrumentos utilizados foram: para Hábitos de Vida, o questionário de Estilo de Vida na Infância e Adolescência (EVIA); para o teste de traços de personalidade, o BIG FIVE TEST (adaptado do NEO-PI). Os resultados apontam diferenças entre os grupos pesquisados. Nos Hábitos de Vida, as diferenças mais importantes estão nos indicadores socioeconômicos: os atletas americanos, masculinos e femininos, estão distribuídos de forma mais equilibrada nas classes B1, B2, C, enquanto os brasileiros nas classes A1, A2, B2. Na prática esportiva, nos grupos masculino e feminino, verificou-se que os atletas americanos praticam mais esporte que os brasileiros. No tempo que pratica basquete, os atletas brasileiros jogam em média há 4 anos e os americanos, há 7,3 anos; as brasileiras jogam em média há 4,2 anos e as americanas, há 6,4 anos. Os brasileiros treinam em média 2h e 30m por dia, enquanto os americanos treinam 2h e 45m por dia; as brasileiras treinam em média 2h e 36m por dia, enquanto as americanas treinam 2h e 27m por dia. Na freqüência semanal que pratica basquete, os brasileiros treinam 4,98 dias por semana e os americanos, 4,86 dias por semana; no feminino, as brasileiras treinam 4,37 dias por semana e as americanas, 4,56 dias por semana. Os indicadores físicos, por posição em quadra, apresentam diferenças importantes em ambos os grupos pesquisados. Em todas as posições, nos grupos masculino e feminino, o IMC dos atletas americanos é superior ao dos brasileiros, indicando que os americanos são mais fortes que os brasileiros. Existem traços de personalidade distintos entre os atletas brasileiros e americanos por sexo e posição em quadra. Os americanos apresentam mais traços de autoconfiança, criatividade, liderança e motivação em comparação aos brasileiros. Os brasileiros apresentam mais traços de espírito de grupo em comparação aos americanos. Os traços de personalidade autocontrole, combatividade, concentração e sociabilidade são semelhantes entre brasileiros e americanos. Concluiu-se que os atletas americanos possuem mais qualidades positivas associadas à personalidade que os brasileiros. No grupo feminino, as atletas americanas apresentam mais traços de autoconfiança, criatividade, combatividade, sociabilidade, liderança e motivação em comparação às brasileiras. Os traços de personalidade autocontrole, espírito de grupo e concentração são semelhantes entre brasileiras e americanas. Concluiu-se que as atletas americanas possuem mais qualidades positivas associadas à personalidade que as brasileiras.