Resumo

O câncer hoje é compreendido não como uma única doença, mas como um conjunto de mais de 400 distintos diagnósticos histológicos. Cada diagnóstico está associado com comportamentos biológicos específicos, porém as manifestações clínicas dos pacientes são similares, como a síndrome da caquexia. Estima-se que até o ano de 2020 existirão 15 milhões de novos casos de câncer em cada ano. Modificação dietética e atividade física regular são elementos significativos na prevenção e controle do câncer. Estudos em modelos animais demonstraram que o exercício físico pode prolongar a vida dos indivíduos treinados e diminuir a taxa de crescimento tumoral. Portanto o propósito do presente estudo foi analisar e comparar o efeito de dois tipos de exercício físico diferentes, um de natação e outro de salto na água, sobre o crescimento tumoral e caquexia em ratos portadores do tumor de Walker 256 e apontando para as proteínas intracelulares envolvidas neste processo. A amostra foi composta por ratos Wistar machos dividida em 6 grupos experimentais: ratos sedentários, treinados com exercício de salto, treinados com exercício de natação, sedentários e portadores do tumor de Walker 256, treinados com exercício de salto e portadores do tumor, treinados com exercício de natação e portadores do tumor. Os animais foram treinados quatro vezes por semana durante 8 semanas, sendo que na 6ª semana foram inoculadas células tumorais de Walker 256 nos ratos dos grupos que seriam analisados sob este parâmetro. Ao final do período experimental os ratos foram ortotanasiados e coletados tecidos e sangue para análise da massa corporal do rato, peso do tumor, lactatemia e triacilglicerolemia plasmática, proliferação exvivo das células tumorais, percentual de apoptose e necrose das células tumorais, lipoperoxidação em tecido tumoral, expressão de PIF, Bcl-2 e Bax em tecido tumoral. O treinamento com exercício físico tanto de salto quanto de natação, foram hábeis em combater a caquexia e diminuir a massa tumoral. Ambos exercícios físicos foram eficientes em evitar a perda de peso, característica da síndrome de caquexia, bem como na redução do peso do tumor, da hiperlactatemia, hipertriacilglicerolemia e da proliferação de célula tumoral ex-vivo. Nos dois tipos de exercício a concentração de lipoperóxidos, encontrada no tecido tumoral, foi maior que a dos ratos sedentários, porém o exercício aeróbico induzi ao aumento 2 vezes maior que o observado no grupo anaeróbico. Essa diferença de resultado entre os animais do grupo de salto em relação aos da natação manteve-se nos resultados de apoptose e necrose das células tumorais. Ainda, o exercício físico mostrou ser capaz de aumentar a expressão da proteína pró-apoptótica Bax e diminuir a expressão da antiapoptótica Bcl-2, bem como de PIF, reduzindo a perda e massa muscular. Palavras-chave: Câncer, caquexia, exercício físico, aeróbico, anaeróbico, tumor de Walker 256. 

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