Resumo

Esta pesquisa se propõe a estudar a correlação existente entre a força máxima do membro inferior e a velocidade máxima de pedalar com o resultado de um teste cicloergométrico anaeróbico, e estabelecer equações preditivas para a potência anaeróbica máxima (PAM), a partir dos preditores, força inicial máxima relativa (FIM/kg), velocidade máxima (VM) e peso corporal. Foram utilizados, nesta pesquisa, 30 sujeitos do sexo masculino, alunos de Educação Física, com idade média de 21,9 anos e peso corporal médio de 74,74 Kg. Para medir-se a força do membro inferior usou-se cicloergômetro Tunturi modificado, acoplando-se a um dos pedais um dinamômetro. Para medir-se a velocidade máxima usou-se cicloergômetro Monark do qual foram retiradas roda e corrente, permanecendo os pedais. Para medir-se a potência anaeróbica máxima usou-se cicloergômetro Monark com carga de 0,08Kp/Kg e teste de 20 segundos. Observou-se o teste da PAM em três períodos de tempo distintos - PAM 0-5, PAM 5-15, PAM 15-20, com a finalidade de estudar-se o comportamento da FIM/Kg e da VM nas diversas fases. Estudos de correlação foram realizados entre: peso corporal, FIM /Kg, VM, PAM 0-5, PAM 5-15, PAM 15-20 e PAM. Os resultados permitiram selecionar como preditores da PAM, a FIM/Kg , a VM e o peso corporal, tendo sido estabelecidas equações de predição. As correlações entre os valores preditos pelas equações e os valores medidos neste estudo foram significantes. A análise dos resultados obtidos permite as seguintes conclusões: a força inicial de impulsão do pedal relaciona-se com o resultado dos testes cicloergométricos anaeróbicos, sendo esta correlação mais evidente nos primeiros 5 segundos do teste PAM 0 - 5 declinando a partir daí. Tal achado confirma que a força inicial é fundamental para o vencimento da inércia do sistema "roda/pedal" no início do teste anaeróbico, participando de maneira significativa no resultado total; a velocidade máxima influencia de maneira significante o resultado dos testes ergométricos anaeróbicos em todas as suas fases. O valor encontrado para a correlação entre VM e PAM 15-20 (r=0,27) não foi significativo, pois o fator neuro-motor representado pela habilidade de pedalar (velocidade máxima) fica comprometido pela disponibilidade de ATP gerado pelos sistemas energéticos que nesta fase já está deixando de ser anaeróbico alático (ATP-PC), passando a anaeróbico lático (glicólise anaeróbica); é possível prognosticar-se a PAM a partir da FIM/Kg, da VM e do peso corporal. Finalmente podemos sugerir a partir das evidências deste estudo, que os testes de potência anaeróbica devem ser executados, na medida do possível, através de protocolos nos quais o gesto motor se aproxime daquele que o indivíduo está habituado, e que aqueles indivíduos naturalmente velozes devem ter suas reservas de ATP - PC incrementadas pelo treinamento, para que possam manter a velocidade por mais tempo, durante os desempenhos anaeróbicos aláticos. Os resultados evidenciam também que a força muscular máxima do segmento corporal envolvido no gesto motor tem influência direta no rendimento do trabalho anaeróbico alático a ser executado, pela contribuição que exerce no vencimento da inércia no início do movimento.

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