Resumo

A artrite reumatóide (AR) é uma doença auto-imune com potencial incapacitante principalmente nas articulações das mãos. A força de preensão manual (FPM) é uma das formas de avaliação da função manual e uma das mais comuns para quantificar a função muscular manual e pode ser utilizada como um indicador geral de força e funcionalidade. O objetivo do estudo foi de analisar a força de preensão manual em mulheres com artrite reumatóide comparando os parâmetros da curva força versus tempo de preensão manual isométrica máxima dos indivíduos com e sem AR entre mão dominante e não dominante e também verificar se existe associação entre os parâmetros da curva força vs tempo de preensão manual isométrica máxima e o índice da atividade da doença (DAS28) no grupo com AR. Participaram deste estudo 28 mulheres sendo 16 com AR (GA) e 12 sem AR (GC), com idade entre 35 e 75 anos. Todas as participantes relataram a mão direita como mão dominante. Foram realizados: coleta de sangue para cálculo do VHS, dos dados demográficos, dos sinais vitais e da antropometria, estes mensurados antes da FPM. Para o teste de FPM foi utilizado um sistema de dinamometria com sensor de carga com empunhaduras ajustáveis à antropometria da mão de cada participante. Foi seguido um protocolo elaborado especificamente para este estudo que consistiu na realização da FPM isométrica continua máxima. Após a FPM, foi realizada a contagem das articulações doloridas, edemaciadas e avaliação geral da saúde para composição do índice da atividade da doença. No grupo com AR foi verificado que a patologia tem influência estatisticamente significativa nas variáveis Fmax, TFmax, TDF e AFPM em ambas as mãos, não apresentando diferença significativa entre os grupos na variável %Fmax porém verificou-se uma tendência a um declínio da Fmax maior no GA. A AR influenciou significativamente quatro dos cinco os parâmetros da curva força versus tempo avaliados neste estudo. Entretanto, não houve influência da variável dominância nos mesmos parâmetros dentre os grupos. Quanto ao DAS28, este correlacionou-se apenas com a variável Fmax na mão não dominante entre os grupos, porém não foi encontrado correlação do DAS28 com as variáveis dominância e grupo nos demais parâmetros. Os testes estatísticos comparativos mostraram diferenças significativas que confirmam e validam os benefícios da FPM como a melhor forma de prever a força manual podendo produzir uma diferença entre indivíduos saudáveis e indivíduos patológicos.