Resumo
O presente estudo teve como objetivo desenvolver um modelo de habilidades técnicas do ataque da posição quatro e por meio do modelo, analisar o comportamento do ataque da posição quatro na categoria infanto-juvenil masculina. Para o primeiro objetivo, utilizou-se do método delphi, entrevistando-se em dois momentos distintos (1ª e 2ª etapas) 14 treinadores das seleções brasileiras de voleibol masculina e feminina. Enquanto que na primeira etapa foi delineada a estrutura do modelo, na segunda, foi possível elaborar o modelo propriamente dito a partir do nível esperado de consenso. Os resultados demonstraram que, para as onze situações de bloqueio, cento e setenta e duas habilidades técnicas foram relacionadas pelos treinadores, entre as quais, somente quatro (SBT1-I, SBT1-J, SBT3-A e SBT3-S) não alcançaram o critério de consenso estabelecido (média, moda, mediana igual ou superior a 4.0 e desvio padrão igual ou inferior a 0,65). Para o segundo objetivo, foram observados doze jogos em campeonatos mundiais dos anos 2005 e 2007, nos quais foram analisados valores de freqüência de ocorrência e eficácia. Os resultados mostraram maiores ocorrências nas situações de bloqueios duplos seguidas dos bloqueios simples e triplos. Quanto às habilidades técnicas, a corrida de aproximação em diagonal foi a mais utilizada pelos atacantes com opção de ataque direto. As habilidades com ataque explorando o bloqueio ocorreram com maior freqüência frente aos bloqueios duplos e triplos compactos. A análise de correlação de Spearman detectou baixo nível de associação entre freqüência de ocorrência e eficácia. Contudo, a análise de regressão logística (binária e multinomial) entre as habilidades mais freqüentes permitiu verificar que a SBD1-A foi a situação/habilidade que mais ocorreu, no entanto, com menores chances de sucesso entre a maioria das situações/habilidades investigadas. As habilidades técnicas empregadas nas situações de bloqueio simples obtiveram maiores chances de sucesso que as habilidades utilizadas nos bloqueios duplos. Os resultados destacaram o aspecto situacional do ataque, o qual revelou necessidade de aplicação de habilidades técnicas específicas em determinadas estruturas de bloqueio para se obter o sucesso