Estudo Descritivo de Alterações Odontológicos Verificadas em 400 Jogadores de Futebol
Por Albertina Fontana Rosa (Autor), Solange Basilio da Costa (Autor), Paulo Roberto Santos Silva (Autor), Carla Dal Maso Nunes Roxo (Autor), Gilberto Silva Machado (Autor), Alberto Azevedo Alves Teixeira (Autor), Ana Maria Visconti (Autor), Emídio Valenti Tavares (Autor), Luciana Collet Winther Rebello (Autor), Francisco Oliveira (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 5, n 2, 1999. Da página 55 a 58
Resumo
O principal objetivo deste estudo foi verificar as alterações odontológicas mais freqüentes encontradas em jogadores de futebol. Num levantamento realizado pela Seção de Odontologia da Associação Portuguesa de Desportos-SP, 400 prontuários de futebolistas, correspondentes a um período de seis anos, foram avaliados. Todos eram do sexo masculino, sendo 353 amadores e 47 profissionais, com média de idade de 16,5 ± 2,1 anos (variação de 9 a 20) e 24,7 ± 3,6 anos (variação de 21 a 34), respectivamente, pertencentes ao quadro de atletas do Departamento de Futebol. Os equipamentos utilizados durante os procedimentos foram: espelho clínico e explorador nº5 da marca Duflexem um consultório modelo MLX Plusda marca Funk. As radiografias oclusais foram realizadas com filmes da marca Kodakno equipamento de raios-X modelo Spectro IIda marca Dabi Atlante. As seguintes alterações e os resultados encontrados nos futebolistas amadoresforam: 199 casos (56%) de tartarectomia, 283 de cáries (71%), 61 de gengivites (17%), 51 de endodontias (14%), 51 de pulpites (14%), 33 de abscessos (9%), 21 de fístulas (6%) e 10 de aftas (3%).Nos casos de ortodontia foram verificados: diastema em 12 atletas (3,5%), apinhados em 35 (10%), heterotópicos em 36 (10,2%) e empactados em 4 (1%). Foram realizadas 78 exodontias (22%), 41 obturações (11,5%) e 72 próteses (20%). A profilaxia realizada atingiu 148 casos (42%). Os jogadores profissionaisapresentaram os seguintes resultados: 17 casos de tartarectomia (36%), 32 cáries (68%), 14 gengivites (30%), 11 endodontias (23%), 6 pulpites 13%), nenhum abscesso, 2 fístulas e aftas (4%), respectivamente. Foram verificados 6 casos de ortodontia, subdivididos em 3 apinhados e heterotópicos (6%), respectivamente. Foram realizadas 24 exodontias (51%), 6 obturações (13%) e 23 próteses (49%). Conclusão: os resultados verificados neste estudo demonstraram a importância da odontologia, como medida preventiva e/ou corretiva, em jogadores de futebol. É importante salientar que uma dentição inadequada pode gerar desde alterações gastrintestinais até lesões músculo-esqueléticas, dificultando a participação do atleta em treinamentos e jogos competitivos