Resumo

O objetivo geral deste estudo foi: avaliar as diferenças e semelhanças dos resultados em análises de dados do crescimento somático e índice de massa corporal de uma mesma população de crianças e jovens provenientes de desenhos transversais, longitudinais e longitudinais mistos. A amostra foi dividida da seguinte forma: (a) para a análise dos dados transversais foram avaliados 973 meninos e 1095 meninas com idades entre os 10 e os 15 anos. (b) para a análise dos dados longitudinais a amostra foi formada por 71 alunos, dos dois sexos, seguidos dos 10 aos 15 anos de idades, entre os anos de 2003 e 2008. (c) já a amostra coletada de forma longitudinal mista foi elaborada a partir de 4 coortes da seguinte forma: Coorte 1 = dez, onze e doze anos, Coorte 2- onze, doze e treze anos, Coorte 3- doze, treze e quatorze anos, Coorte 4 – treze, quatorze e quinze anos de idade. Para a análise do crescimento somático utilizou-se as medidas da estatura e da massa corporal. O índice de massa corporal foi obtido através do quociente entre a massa corporal em quilogramas pela estatura em metros ao quadrado. Os dados foram analisados a partir de seus valores médios e representação gráfica. A identificação do Pico de Velocidade de Estatura (PVE) e do Pico de Velocidade da Massa Corporal (PVMC) foi realizada subtraindo-se os valores médios de um ano pelos valores médios do ano anterior, sendo considerado o pico aquele em que as maiores alterações nos valores médios foram identificadas. Todas as análises foram realizadas no pacote estatístico SPSS for Windows versão 18.0. Os principais resultados demonstraram que existem diferenças importantes em todas as variáveis em um curto tempo; que existem diferenças na determinação do PVE e do PVMC entre os desenhos longitudinais e longitudinais mistos; e que não existe um padrão entre as diferenças dos desenhos de pesquisa analisados. Conclui-se que existe a necessidade de avaliações em períodos de tempo mais curtos, principalmente quando se trata de crianças e adolescentes, tendo em vista que os estudos seculares parecem mascarar mudanças que podem ser significativas; que a utilização do desenho longitudinal misto na determinação do PVE e PVMC não se caracteriza como o melhor método para esse fim; e que não é aconselhável comparações de resultados provenientes dos diferentes desenhos de pesquisa.

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