Resumo

No presente trabalho, a ecocardiografia unidimencional (Modo M) foi realizada em 52 atletas de diferentes modalidades desportivas - ciclismo, remo, pólo aquático, corrida de velocidade e de longa distância - com o intuito de demonstrar as alterações anatômicas e funcionais impostas pelos diversos tipos de treinamento. O estudo dos parâmetros ecocardiográficos dimensionais permitiu concluir que os corações dos atletas, embora maiores do que os de não atletas, ainda exibiam valores cavitários e de paredes cardíacas situados dentro dos limites de normalidade comumente aceitos. A hipertrofia ventricular esquerda estava presente em todos os grupos de atletas, traduzida pela maior massa ventricular esquerda destes; associava-se a maior espessura da parede do ventrículo esquerdo nos ciclistas e nos jogadores de pólo aquático, a maior dimensão cavitária ventricular nos remadores, enquanto nos fundistas e nos velocistas, a maiores dimensão e espessura de paredes ventriculares esquerdas. A análise dos parâmetros ecocardiográficos funcionais evidenciou alterações somente nos fundistas e nos jogadores de pólo aquático. Em relação aos ciclistas, remadores e velocistas observou-se, por outro lado, que estes atletas não diferiram dos não atletas quanto à função cardíaca avaliada pela ecocardiografia. Estas modificações resultam, provavelmente, de uma adaptação fisiológica do coração às exigências da atividade física intensa e prolongada, podendo ser, em parte, explicadas pela bradicardia de repouso. Na avaliação do coração de atletas, através da ecocardiografia, deve-se ter em mente a padronização dos diversos fatores que influenciaram o processo de adaptação fisiológica ao exercício. Esta providência, certamente, poderia contribuir para a redução da quantidade de informações conflitantes sobre o coração do atleta, atualmente disponíveis.

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