Estudo Estabilométrico do Comportamento Postural Ortostático
Por Jorge Fernandes (Autor), Maria Leonor Coutinho Rocha (Autor), Luis Laranjo (Autor), Victor Monteiro (Autor), Janice Guimarães Carvalho (Autor), Nelson Sousa (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O fenómeno inerente à postura refere-se a um leque variado de conteúdos cuja
implicação nos actos da vida quotidiana, nas actividades físicas e no desporto, tem
sido alvo de estudo por vários investigadores. As informações visuais têm um papel
de extrema importância no controlo e manutenção da postura. O indivíduo portador
de deficiência visual (DV), apresenta um controlo da postura fragilizado,
comparativamente a um indivíduo normovisual.Assim, perante o pressuposto que
a prática desportiva permite o refinamento de vários mecanismos proprioceptivos
intervenientes no controlo e regulação da postura, pensamos que os indivíduos
portadores de DV que praticam Goalball deveriam apresentar um controlo postural
mais apurado. Desta forma definimos como premissas orientadoras desta
investigação, a análise da influência da prática desportiva (Goalball) e das informações
visuais no comportamento postural ortostático, em indivíduos portadores de DV, o
que nos leva a levantar os seguintes problemas: Será que a prática desportiva (Goalball)
influencia o controlo postural de indivíduos portadores de DV? e será que a acuidade
visual influência o controlo postural de jogadores praticantes de Goalball? A amostra
dos estudos é constituída por 52 indivíduos, do sexo masculino portadores de DV,
com a classificação desportiva B1 e B2 segundo a IBSA, sendo 26 praticantes de
Goalball (PRATG) e 26 não praticantes (NPRAT). Na plataforma de posturografia
estática da QFP Systems os sujeitos realizaram duas provas: prova ortostática de
olhos abertos, e prova ortostática de olhos fechados. Os principais resultados
demonstraram que: 1) os PRATG (B1 e B2) apresentam valores estabilométricos
médios superiores comparativamente aos NPRAT (B1 e B2), em ambas as provas
ortostáticas, não se tendo verificado diferenças estatisticamente significativas; os
indivíduos com classificação de B2 (PRATG e NPRAT) apresentaram valores
estabilométricos médios superiores comparativamente aos indivíduos com
classificação de B1, em ambas as provas ortostáticas, apesar de não se observar
diferenças estatisticamente significativas. Em suma, podemos concluir que: a prática
de Goalball não influencia o controlo do comportamento postural ortostático; os
indivíduos com menor capacidade visual (B1) apresentam um melhor controlo
postural do que os indivíduos com maior capacidade visual (B2), independentemente
da prática ou não prática de Goalball e do tipo de prova ortostática realizada.