Resumo

O fenómeno inerente à postura refere-se a um leque variado de conteúdos cuja
implicação nos actos da vida quotidiana, nas actividades físicas e no desporto, tem
sido alvo de estudo por vários investigadores. As informações visuais têm um papel
de extrema importância no controlo e manutenção da postura. O indivíduo portador
de deficiência visual (DV), apresenta um controlo da postura fragilizado,
comparativamente a um indivíduo normovisual.Assim, perante o pressuposto que
a prática desportiva permite o refinamento de vários mecanismos proprioceptivos
intervenientes no controlo e regulação da postura, pensamos que os indivíduos
portadores de DV que praticam Goalball deveriam apresentar um controlo postural
mais apurado. Desta forma definimos como premissas orientadoras desta
investigação, a análise da influência da prática desportiva (Goalball) e das informações
visuais no comportamento postural ortostático, em indivíduos portadores de DV, o
que nos leva a levantar os seguintes problemas: Será que a prática desportiva (Goalball)
influencia o controlo postural de indivíduos portadores de DV? e será que a acuidade
visual influência o controlo postural de jogadores praticantes de Goalball? A amostra
dos estudos é constituída por 52 indivíduos, do sexo masculino portadores de DV,
com a classificação desportiva B1 e B2 segundo a IBSA, sendo 26 praticantes de
Goalball (PRATG) e 26 não praticantes (NPRAT). Na plataforma de posturografia
estática da QFP Systems os sujeitos realizaram duas provas: prova ortostática de
olhos abertos, e prova ortostática de olhos fechados. Os principais resultados
demonstraram que: 1) os PRATG (B1 e B2) apresentam valores estabilométricos
médios superiores comparativamente aos NPRAT (B1 e B2), em ambas as provas
ortostáticas, não se tendo verificado diferenças estatisticamente significativas; os
indivíduos com classificação de B2 (PRATG e NPRAT) apresentaram valores
estabilométricos médios superiores comparativamente aos indivíduos com
classificação de B1, em ambas as provas ortostáticas, apesar de não se observar
diferenças estatisticamente significativas. Em suma, podemos concluir que: a prática
de Goalball não influencia o controlo do comportamento postural ortostático; os
indivíduos com menor capacidade visual (B1) apresentam um melhor controlo
postural do que os indivíduos com maior capacidade visual (B2), independentemente
da prática ou não prática de Goalball e do tipo de prova ortostática realizada.

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