Ética e desporto paralímpico: um estudo com atletas portugueses de alta competição
Por Tadeu Celestino (Autor), Levi Leonido Fernandes Silva Silva (Autor), Antonino Manuel de Almeida Pereira (Autor).
Resumo
Nos últimos tempos os Jogos Paralímpicos têm vindo a demonstrar que a sociedade valoriza o desporto adaptado. Porém, tem-se assistido a um crescente número de escândalos, corrupção e meios ilícitos para alcançar o sucesso, o que demonstra que este contexto também não é imune aos atropelos à ética desportiva. Assim, este estudo pretendeu identificar as representações que atletas portugueses têm acerca da ética no desporto paralímpico, e assim identificar os valores que defendem, e conhecer os desafios que são colocados para a salvaguarda da ética neste contexto. Participaram no estudo 7 atletas portugueses paralímpicos, os quais tiveram pelo menos uma participação numa das edições dos Jogos Paralímpicos. O instrumento utilizado foi a entrevista semiestruturada e os dados obtidos foram tratados com o recurso à técnica de análise de conteúdo. Os resultados obtidos permitem-nos apurar duas grandes dimensões de análise. A primeira diz respeito ao conceito de ética no desporto paralímpico, a qual se materializa num conjunto de valores éticos essenciais, tais como o respeito e o comportamento íntegro. A segunda dimensão remete para um conjunto de representações que procuram corporizar os desafios éticos que o desporto paralímpico enfrenta. Entre eles salientam-se a classificação desportiva e os comportamentos antiéticos, nomeadamente o uso do doping.