Resumo

Nos últimos tempos os Jogos Paralímpicos têm vindo a demonstrar que a sociedade valoriza o desporto adaptado. Porém, tem-se assistido a um crescente número de escândalos, corrupção e meios ilícitos para alcançar o sucesso, o que demonstra que este contexto também não é imune aos atropelos à ética desportiva. Assim, este estudo pretendeu identificar as representações que atletas portugueses têm acerca da ética no desporto paralímpico, e assim identificar os valores que defendem, e conhecer os desafios que são colocados para a salvaguarda da ética neste contexto. Participaram no estudo 7 atletas portugueses paralímpicos, os quais tiveram pelo menos uma participação numa das edições dos Jogos Paralímpicos. O instrumento utilizado foi a entrevista semiestruturada e os dados obtidos foram tratados com o recurso à técnica de análise de conteúdo. Os resultados obtidos permitem-nos apurar duas grandes dimensões de análise. A primeira diz respeito ao conceito de ética no desporto paralímpico, a qual se materializa num conjunto de valores éticos essenciais, tais como o respeito e o comportamento íntegro. A segunda dimensão remete para um conjunto de representações que procuram corporizar os desafios éticos que o desporto paralímpico enfrenta. Entre eles salientam-se a classificação desportiva e os comportamentos antiéticos, nomeadamente o uso do doping.

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