Resumo
Sob o título de uma “ética glocal”,*** o presente artigo busca discutir uma relação ético-dialética, que reconstrói tanto a diferença entre éticas locais ante o pano de fundo de pretensões de validade universais quanto, inversamente, estas pretensões de validade pela via do reconhecimento das éticas locais. A partir dos exemplos das estruturas de fundamentação moral e implicações do neoracismo, dos direitos humanos, do debate acerca do pluralismo ético, bem como da formação intercultural, fica claro que uma ética global como ética glocal evoca uma ética do reconhecimento simétrico e da justiça. Sobre a base de uma tal ética, a formação (moral) torna-se uma permanente decentração, que a partir da dupla mediação – local e global – viabiliza avanços morais como, de outra parte, exige o reconhecimento das outras éticas como parte da própria.