Euforia é uma sensação que só quem ganha sabe (Helena Pacheco)

Parte de As pioneiras do futebol pedem passagem: conhecer para reconhecer . páginas 185 - 199

Resumo

O futebol, desde o seu início, foi um esporte pelo qual as mulheres tiveram que lutar para pertencer e resistir para permanecer. Se as jogadoras foram oficialmente impedidas de entrar em campo porque essa prática era considerada “incompatível com a sua natureza”, as mulheres que pretendiam atuar fora das quatro linhas se depararam com um cenário devastador. Treinadoras, gestoras, supervisoras, preparadoras físicas e árbitras, por exemplo, enfrentaram muitas provações para atuar nessas funções porque, além de não serem incentivadas a ocupar esses cargos, tiveram que transpor uma série de barreiras, a maioria delas invisíveis. Ainda que hoje as mulheres tenham mais representatividade nessas profissões, vale lembrar que isso aconteceu porque algumas desbravaram caminhos, motivadas pelo amor que nutriam pelo esporte e pelo desejo de fazer diferente do que vivenciaram em campo. Para tanto, travaram muitos duelos, o primeiro deles na busca pelo conhecimento: na universidade, não podiam cursar a disciplina de futebol que, por muito tempo, foi ofertada somente para os homens; eram pouquíssimas mulheres nos cursos de formação específica e a todo momento tinham que provar que entendiam de futebol. Passada a etapa da formação, o adversário era outro: a inserção nos clubes e instituições, que raramente contratavam mulheres, e a exigência de um ótimo desempenho.