Evolução do Desporto Paralímpico em Portugal - do Amadorismo à Profissionalização
Por Ana Sousa (Autor), Rui Corredeira (Autor), Ana Luísa Pereira (Autor).
Em XVI Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A crescente visibilidade conquistada pelo Movimento Paralímpico internacional exige do atleta performances de excelência e coloca-lhe enormes desafios. Em Portugal, face ao decréscimo nos resultadosm obtidos pela missão paralímpica, torna-se fundamental conhecer o contexto envolvente à prática daqueles que atingiram a alta competição. Nesta medida, foi nossa intenção construir as narrativas de atletas paralímpicos portugueses e aprofundar, através das suas experiências vividas, o conhecimento sobre este contexto desportivo. O grupo de estudo foi constituído por 29 atletas portugueses com presença em, pelo menos, duas edições dos Jogos Paralímpicos entre Sydney 2000 e Londres 2012. Realizaram-se entrevistas de tipo biográfico, tendo em vista a construção de narrativas sobre o percurso desportivo dos atletas. Emergiram três temas: passado, presente e futuro. Enquanto outros países davam os primeiros passos, em Portugal verificavam-se também as primeiras iniciativas na área do desporto adaptado e os resultados portugueses fizeram-se notar internacionalmente pela conquista de inúmeras medalhas. No passado, o atleta paralímpico era um amador, hoje é um atleta de alta competição. Muitos começaram a ser pagos pelas suas prestações, o investimento no desporto paralímpico tem vindo a crescer e o profissionalismo é uma realidade em vários países do mundo, o que não sucede em Portugal. A escassez de apoios tem conduzido muitos atletas portugueses a um elevado investimento pessoal para tentar acompanhar a evolução internacional. Para os entrevistados, importa dotar o desporto paralímpico português de um caráter profissional em que impere o princípio da especialização, da excelência e a inclusão desportiva.