Resumo

Traremos com este trabalho como o treinamento resistido continua sendo praticado de forma quase totalitária com metodologias e prescrições de cunho empíricos, ou seja, os praticantes continuam realizando suas sessões de treino, conforme o seu conhecimento adquirido ao longo do tempo, com suas próprias práticas e suas experiências, sem o uso da ciência para embasar o que estão realizando (VASQUES, 2015). Com este trabalho, vamos trazer um confronto entre as metodologias embasadas cientificamente, que já existem estudos acerca da mesma e as metodologias que os atletas utilizam para seus treinamentos, com o objetivo de verificar se nessas rotinas existe algum planejamento e embasamento ou se é realizado de forma totalmente empírica (MARTINS, 2015). Para tal comprovação, realizamos em forma de questionário semiestruturado, uma entrevista com 10 atletas de fisiculturismo, para recolhermos informações acerca do treino dos mesmos, de forma a verificar como é realizado o treinamento, a periodização do atleta, se há algum especialista por trás da montagem dos protocolos de treino dos atletas praticantes de treinamento resistido de nível competitivo. Verificamos que, dos 10 atletas submetidos ao questionário, seis deles ainda seguem o trabalho de forma empírica, ou seja, ainda não têm um treinador e não seguem uma periodização de treinamento voltada para os mesmos. Dois dos atletas periodizam seus treinamentos, porém por conta própria, eles mesmos montam suas planilhas de periodização e fichas de treinamento, mesmo não sendo formados em Educação Física. Dois desses atletas possuem treinadores graduados em Educação física para preparar sua periodização conforme o calendário anual de treinamentos, seguindo uma linha e uma metodologia de treinamento com uma progressão nos seus treinamentos, visando o máximo desempenho e forma física. Com isso, podemos concluir que o treinamento no Brasil ainda está ligado muito ao fazer o que a maioria está fazendo e tendo resultado, à auto-aplicação do treinamento e a montagem da periodização de forma totalmente desorganizada e como julgar melhor. O que, deste modo, pode levar o atleta a treinar muito mais o que ele gosta e o que já é bom, deixando de lado coisas que não gosta e tem dificuldade, que um treinador com sua metodologia testada e aprovada pela ciência, poderia corrigir falhas e levar o atleta a um condicionamento físico muito melhor. Mediante isso, concluímos que o treinamento resistido em atletas de Curitiba ainda ocorre de forma artesanal, uma vez que a maioria não tem noção de como se periodiza um treinamento e como aplicar uma metodologia em sua rotina.

Referências

EPELING, Marina. Percepção dos praticantes de musculação quanto à importância do serviço de avaliação física em academias de ginástica de videira, sc, 2014. Santa Catarina.

MURER, Evandro. Epidemiologia da musculação. 2014, Campinas.

RANGEL, Renan. KELY Josiana. Treinamento resistido: estética, saúde e qualidade de vida. Uma revisão de literatura. 2011

MARTINS, Thaíse. PIMENTA, Cristhyano. HENRIQUE, Leandro. A Importância Do Profissional De Educação Física Nas Academias De Musculação. SÃO PAULO, 2015.

VASQUEZ Cauê. MOTOYAMA Yuri. Musculação: Crenças vs. Evidências. Revista brasileira de prescrição e fisiologia do Exercício. 2015.