Ex-atletas Tentam Destravar a Pauta do Esporte no Congresso
Integra
Ex-atletas, o deputado Luiz Lima (PSL-RJ) e a senadora Leila Barros (PSB-DF) são os mais novos defensores das causas do esporte no Congresso Nacional. Futebol à parte, por enquanto, porque as suas mazelas já estão em três CPIs, a última de 2016, quando o senador Romário ofereceu relatório alternativo com detalhes para que as autoridades de governo chegassem às falcatruas. Chegaram?
Ontem, Luiz Lima liderava reunião sobre a Bolsa Atleta, na Câmara dos Deputados. E Leila presidia mais uma audiência pública no Senado sobre o Plano Nacional do Esporte.
Faz bem à democracia ter ex-atletas nesse time. Eles conheceram os bastidores do esporte, os dirigentes e suas gestões e as dificuldades financeiras, principalmente, porque isso é o que mais interessa. Afinal, qual o rumo que o novo governo, com grave crise nas contas públicas, dará ao esporte?
Depois de reduzir o status de ministério para secretaria do Esporte, o Capitão cortou verbas públicas e limitou o patrocínio estatal, com evidente prejuízo para os atletas. Com essas medidas tenta encerrar um ciclo de desvios milionários, apurados pelo Tribunal de Contas da União, principalmente na fase dos Jogos Rio 2016. A procuradora federal Gabriela Figueiredo, no Rio de Janeiro, apresentou denúncias com fartas provas sobre isso.
É nesse panorama ainda recente que Câmara e Senado tentam dar rumos ao esporte a partir da discussão de um Plano Nacional do Esporte e, quem sabe, uma nova Lei Geral do Esporte
Num discurso indignado e em tom de desabafo, a senadora Leila disse estar na hora de dar respostas à sociedade. “São anos debatendo sistema, diretrizes e a gente não avança. Por que não avança”?
Na verdade, “não avança” porque o próprio Legislativo se omitiu, por décadas. Ou fez debates de mentirinha, para constar. Enquanto isso, partidos exigiam comandar o Ministério do Esporte, ali empregando incapazes e espertos políticos. Esses transformaram o órgão em cabide de emprego e fecharam os olhos à corrupção. Era a tal troca de cargos por votos. E, insisto, até agora ninguém foi preso...
“Não avança” porque os ministros de então ignoraram os resultados de três conferências nacionais do esporte, que custaram uma fortuna ao cofre pública. Nos relatórios dessas reuniões estão as diretrizes para os rumos do nosso esporte. Mas esses documentos foram esquecidos e precisam ser atualizados.
Para não perder mais tempo e “avançar”, seria oportuno, ao início de novo governo, que Câmara e Senado articulassem uma agenda comum para facilitar e agilizar o debate, evitando a repetição de depoimentos e reuniões sem conteúdo que há décadas se sucedem na mesmice.
Haja fôlego, entusiasmo e indignação para tentar recuperar o tempo.