Excesso de Peso em Motoristas de ônibus da Rede Urbana
Por Marilda Moraes da Costa (Autor), Silmara Salete de Barros Silva Mastroeni (Autor), Marco Antonio Moura Reis (Autor), Gilmar Sidnei Erzinger (Autor), Marco Fabio Mastroeni (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 19, n 1, 2011. Da página 42 a 51
Resumo
O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de excesso de peso em motoristas de ônibus da rede urbana de Joinville-SC, bem como identificar possíveis fatores associados. A coleta de dados foi realizada nos períodos matutino, vespertino e noturno, no período de junho a novembro de 2009, nas dependências de quatro dos cinco pontos terminais da cidade. Dos 379 motoristas pertencentes ao quadro de transporte coletivo urbano, 306 (80,7%) compuseram efetivamente a amostra. A maior (73,2%) parte dos voluntários foi classificada como excesso de peso, principalmente sobrepeso (48,7%). Cerca de um terço (28,8%) apresentou risco substancialmente aumentado de desenvolver doença cardiovascular e complicações metabólicas utilizando-se a CC como variável preditiva, e 41,5% utilizando-se a RCQ. A prevalência de obesidade aumentou significativamente com a idade, chegando a 39,0% nos indivíduos com 50 ou mais anos de idade. Para esta faixa etária, a razão de prevalência de obesidade foi 2,79 vezes maior em relação aos motoristas com idade inferior ou igual a 29 anos. Tanto para excesso de peso como para obesidade as variáveis anos de estudo, estado civil, tabagismo, carga horária diária, pausas de 1 hora na jornada, tempo na empresa e nível de atividade física não apresentaram significância estatística. Os resultados encontrados neste estudo apontam uma situação de alerta para os indivíduos investigados em relação ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis e reforçam a necessidade das empresas, privadas ou públicas, estabelecerem jornadas de trabalho que possibilitem ao trabalhador exercer a função sem comprometer sua saúde.