Exercício Aeróbio: Aspectos Bioenergéticos, Ajustes Fisiológicos, Fadiga e índices de Desempenho
Por Fabrizio Caputo (Autor), Mariana Fernandes Mendes de Oliveira (Autor), Camila Coelho Greco (Autor), Benedito Sérgio Denadai (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 11, n 1, 2009. Da página 94 a -
Resumo
O objetivo deste trabalho foi trazer informações atuais e relevantes a respeito dos aspectos fisiológicos determinantes do rendimento e treinamento dos esportes aeróbios. Diferente do que se tem sido comumente apresentado, o metabolismo aeróbio responde rapidamente a demanda energética, com um exercício máximo de 75 s, apresentando iguais contribuições do sistema aeróbio e anaeróbio para a produção total de energia. No entanto, em exercícios acima dessa duração, os possíveis mecanismos da fadiga relacionados ao metabolismo anaeróbio ainda são os principais determinantes da tolerância ao exercício. Em durações mais prolongadas (acima de 60 min), a depleção de glicogênio, o desequilíbrio hídrico e eletrolítico, elevação da temperatura corporal terão um papel decisivo no rendimento. As mais importantes variáveis do desempenho aeróbio têm sido organizadas em um modelo que integra fatores como o consumo máximo de oxigênio (VO2max), limiares relacionados à resposta do lactato ao exercício e a eficiência muscular. Para atletas de elite, observa-se que em adição a um elevado valor de VO2max, o sucesso em eventos aeróbios também requer uma capacidade de se exercitar por um tempo prolongado a uma alta porcentagem do VO2max, bem como, uma eficiente conversão da energia produzida para a forma de trabalho muscular. Dependendo da duração da modalidade que se compete, os treinos deverão objetivar uma melhora da IVO2max, capacidade anaeróbia lática e tolerância à acidose, para as competições mais curtas, capacidade aeróbia para durações intermediárias e a melhora da capacidade de estocar glicogênio e aumentar a utilização de gordura, nas modalidades muito prolongadas.