Exercício com Intensidade Autosselecionada Para Idosos: Implicações do Afeto em Aulas Comunitárias
Por Ricardo Yukio Asano (Autor), Flávio de Oliveira Pires (Autor), Tony Meireles dos Santos (Autor), Cayque Brietzke (Autor), Paulo Estevão Franco Alvarenga (Autor), Hélio José Coelho Junior (Autor), Raul Canestri (Autor), Rodrigo Silveira (Autor), Raul Cosme Ramos Prado (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 24, n 1, 2019.
Resumo
A prescrição da intensidade do exercício de forma autosselecionada em função de maior afeto positivo é uma estratégia utilizada para promover aderência da população na prática de exercícios. Entretanto, ainda não foram investigadas as implicações que essa estratégia pode gerar na valência afetiva de idosos em ambientes não laboratoriais e em aulas em grupos. O objetivo desse estudo foi analisar se o exercício com intensidade autosselecionada realizado em grupos de idosos pode influenciar na valência afetiva. A amostra foi composta por 176 idosos, sendo 42 homens, com média de idade 70,70 ± 10,10 anos e 134 mulheres, com média de idade 71,00 ± 6,60 anos. Os idosos vinculados a um centro comunitário reportaram a valência afetiva e percepção subjetiva de esforço após uma caminhada de 30 minutos com intensidade autosselecionada. Os participantes foram alocados em três grupos segundo os tercis de percepção subjetiva de esforço: grupo com baixa (GBPE), média (GMPE) e alta (GAPE) percepção de esforço. Foi identificado que todos grupos se diferenciam entre si na valência afetiva [X² (2) = 50,860; p < 0,05]. A magnitude das diferenças pelo tamanho de efeito foi moderada na análise global (*ES = 0,331) e entre GBPE e GAPE (ES = 0,329). Conclui-se existe uma implicação negativa na valência afetiva em exercício com autosseleção da intensidade realizados por idosos em grupos comunitários, possivelmente causado por fatores psicossociais capazes de influenciar na variabilidade de respostas perceptivas.
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