Exercício de Força Isométrico Promoveu Redução Transiente na Pressão Arterial em Adultos Hipertensos Estágio 1: o Papel do óxido Nítrico
Por Rafael dos Reis Vieira Olher (Autor), Ioranny Raquel Castro de Souza (Autor), Thiago Belarmino Alves Ribeiro (Autor), Brande Ranter Alves Soares (Autor), Luiz Humberto Rodrigues Souza (Autor), Geiziane Leite Rodrigues de Melo (Autor), Amanda Lucyelly Medeiros de Souza (Autor), Luciana Oliveira Car (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: Atualmente evidências científicas sugerem a utilização crônica do exercício de força isométrico (EFI) como parte do tratamento anti-hipertensivo em sujeitos hipertensos. Entretanto, há um hiato na literatura científica sobre as respostas cardiovasculares agudas e os possíveis mecanismos envolvidos na hipotensão pós-exercício isométrico (HPEI) em pacientes hipertensos. O óxido nítrico (ON) é um clássico vasodilatador induzido pelo exercício, e pode estar envolvido na HPEI. Também não há até presente data estudos investigando os efeitos da HPEI em pacientes hipertensos submetidos ao exercício com grandes massas musculares. Objetivo: O objetivo do estudo foi investigar os efeitos cardiovasculares agudos do EFI utilizando grandes grupos musculares, como o exercício legpress 45º e o supino. Ademais,verificar abiodisponibilidade de ON plasmático de pacientes hipertensos adultos submetidos ao EFI. Materiais e Métodos: Participaram do estudo 10 hipertensos estágio 1 controlados (HTG; 38,7±9,1anos), 132,1±8,0 mmHg de pressão arterial sistólica (PAS). E um grupo controle com 10 indivíduos normotensos (NTG; 36,6±8,2 anos), 114,2 ±5,4 mmHg de PAS. Após a familiarização aos aparelhos e procedimentos, os sujeitos foram submetidos a três sessões de EFI no legpress 45º e supino: 1a) teste de contração voluntária isométrica máxima (CVIM); 2a) 4 séries x 1’ contração nos exercícios legpress 45º e supino a 30% CVIM com 2’ de intervalo entre contrações; 3a) Sessão controle, sem exercício. Para as medidas cardiovasculares PA e frequência cardíaca (FC) foi utilizado um monitor automático oscilométrico (Microlife BPA100, Suíça). As medidas hemodinâmicas foram realizadas em repouso, 5\', 10\', 15\', 30\', 45\' e 60\' pós-exercício. Coletas de sangue venoso foram feitas em repouso, imediatamente ao término da sessão e 60’ pós-exercício para análise do ON por método de Griess. Resultados: Com relação ao comportamento das variáveis hemodinâmicas apenas o HTG apresentaram redução significativa apenas na PAS pós-exercício nos momentos 10’ e 45’ (= -11 e = -12mmHg, respectivamente). Não houve diferença significativa para os outros parâmetros cardiovasculares. Em relação a biodisponibilidade de ON plasmático houve aumento significativoimediatamente após o término da sessãopara o NTG e HTG (= +13 e = +13uM, respectivamente), e 60’ pós-exercício apenas para o HTG (= +17uM) em relação aos valores de repouso. Conclusão: Este estudo observou que o EFI com grande massa muscular de curta duração (8 minutos de contração total) foi capaz de aumentar o vasodilatador ON plasmático e induzir a HPEI em adultos hipertensos estágio 1. No entanto, são necessários mais estudos para determinar a magnitude da redução dos níveis pressóricos, bem como, a segurança cardiovascular durante o EFI em pacientes hipertensos.