Resumo

Introdução: Atualmente evidências científicas sugerem a utilização crônica do exercício de força isométrico (EFI) como parte do tratamento anti-hipertensivo em sujeitos hipertensos. Entretanto, há um hiato na literatura científica sobre as respostas cardiovasculares agudas e os possíveis mecanismos envolvidos na hipotensão pós-exercício isométrico (HPEI) em pacientes hipertensos. O óxido nítrico (ON) é um clássico vasodilatador induzido pelo exercício, e pode estar envolvido na HPEI. Também não há até presente data estudos investigando os efeitos da HPEI em pacientes hipertensos submetidos ao exercício com grandes massas musculares. Objetivo: O objetivo do estudo foi investigar os efeitos cardiovasculares agudos do EFI utilizando grandes grupos musculares, como o exercício legpress 45º e o supino. Ademais,verificar abiodisponibilidade de ON plasmático de pacientes hipertensos adultos submetidos ao EFI. Materiais e Métodos: Participaram do estudo 10 hipertensos estágio 1 controlados (HTG; 38,7±9,1anos), 132,1±8,0 mmHg de pressão arterial sistólica (PAS). E um grupo controle com 10 indivíduos normotensos (NTG; 36,6±8,2 anos), 114,2 ±5,4 mmHg de PAS. Após a familiarização aos aparelhos e procedimentos, os sujeitos foram submetidos a três sessões de EFI no legpress 45º e supino: 1a) teste de contração voluntária isométrica máxima (CVIM); 2a) 4 séries x 1’ contração nos exercícios legpress 45º e supino a 30% CVIM com 2’ de intervalo entre contrações; 3a) Sessão controle, sem exercício. Para as medidas cardiovasculares PA e frequência cardíaca (FC) foi utilizado um monitor automático oscilométrico (Microlife BPA100, Suíça). As medidas hemodinâmicas foram realizadas em repouso, 5\', 10\', 15\', 30\', 45\' e 60\' pós-exercício. Coletas de sangue venoso foram feitas em repouso, imediatamente ao término da sessão e 60’ pós-exercício para análise do ON por método de Griess. Resultados: Com relação ao comportamento das variáveis hemodinâmicas apenas o HTG apresentaram redução significativa apenas na PAS pós-exercício nos momentos 10’ e 45’ (= -11 e = -12mmHg, respectivamente). Não houve diferença significativa para os outros parâmetros cardiovasculares. Em relação a biodisponibilidade de ON plasmático houve aumento significativoimediatamente após o término da sessãopara o NTG e HTG (= +13 e = +13uM, respectivamente), e 60’ pós-exercício apenas para o HTG (= +17uM) em relação aos valores de repouso. Conclusão:  Este estudo observou que o EFI com grande massa muscular de curta duração (8 minutos de contração total) foi capaz de aumentar o vasodilatador ON plasmático e induzir a HPEI em adultos hipertensos estágio 1. No entanto, são necessários mais estudos para determinar a magnitude da redução dos níveis pressóricos, bem como, a segurança cardiovascular durante o EFI em pacientes hipertensos.

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