Exercício e Proteínas de Estresse (hsp 72) no Músculo Cardíaco
Por W Lunz (Autor), A J Natali (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 13, n 3, 2005. Da página 89 a 98
Resumo
As proteínas de estresse foram inicialmente denominadas como proteínas de – choque térmico (Heat Shock Protein - HSP), pois a expressão destas proteínas estava aumentada em células de Drosófilas após serem submetidas a um tratamento térmico. Atualmente, sabe-se que células de todos os seres vivos possuem essas proteínas e que várias outras formas de estresse induzem sua expressão. A família HSP 70 é a mais estudada e, dentre as isoformas, apenas a Hsp 72 é exclusivamente induzida. Tais proteínas exercem um papel de proteção ao organismo contra episódios de estresse. A indução da expressão das Hsp 72 é promovida pelo exercício físico e parâmetros como volume, intensidade e modelo de exercício podem afetar sua expressão. Porém, deve-se considerar que eventos fisiológicos e metabólicos, tais como, aumento da temperatura corporal, alteração dos níveis de catecolaminas, cálcio, glicogênio, ATP, lactato e das espécies reativas de oxigênio, ocorrem nas células durante o exercício, os quais podem modular a expressão de Hsp 72, o que a coloca como um fenômeno multifatorial. Estudos mostram que os benefícios promovidos pelo exercício como proteção, prevenção e recuperação do miocárdio após infarto ou eventos de isquemia, estão condicionados ao aumento das Hsp 72. O aumento da expressão das Hsp 72 pelo exercício coloca-se, então, como uma explicação, pelo menos parcial, da proteção cardíaca promovida pela prática regular de atividade física