Exercício Físico de Moderada Intensidade Contribui Para o Controle de Parâmetros Glicêmicos e Clearance de Creatinina em Pessoas com Diabetes Mellitus Tipo 2
Por Elton Alves de Andrade (Autor), Carlos Alexandre Fett (Autor), Roberto Carlos Vieira Junior (Autor), Fabrício Azevedo Voltarelli (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 24, n 1, 2016. Da página 118 a 126
Resumo
As doenças crônicas não transmissíveis há muitos anos vêm causando grande impacto à saúde pública, particularmente as patologias relacionadas ao mau funcionamento do metabolismo, dentre as quais podemos incluir o diabetes mellitus tipo 2 (DM2). A principal estratégia para o seu controle sustenta-se na tríade exercício físico, alimentação saudável e medicamento. Diante de tais fatos, nosso objetivo foi avaliar o efeito de um programa de exercício físico aeróbio, mais especificamente caminhada com intensidade leve à moderada, sobre os parâmetros metabólicos (glicemia de jejum, glicemia pós-prandial e hemoglobina glicosilada), e clearance de creatinina de pessoas com DM2. O modelo de estudo caracterizou-se como quase experimental longitudinal “antes e depois”, com grupos divididos em homens (n=13) e mulheres (n=12). Os grupos foram avaliados em quatro momento: M0=início do experimento; M1=quatro semanas; M2=oito semanas; M3=final do experimento (12 semanas). Foram realizadas coletas sanguíneas e de urina conforme determina os protocolos para análise de glicemia de jejum, glicemia pós-prandial e hemoglobina glicosilada e clearance de creatinina. O programa de exercícios físicos promoveu redução na glicemia de jejum, na glicemia pós-prandial, na hemoglobina glicosilada e clearance de creatinina para os homens e glicemia pós-prandial e clearance de creatinina para o grupo de mulheres avaliadas. Sendo assim, podemos inferir que as sessões de exercício físico aplicadas três vezes por semana, durante três meses, foram suficientes para apresentar modificações substanciais, em especial nos homens, no que tange aos parâmetros tanto bioquímicos como clínicos por nós avaliados. Finalmente, as diferenças encontradas entre os sexos podem estar associadas a variáveis que não foram avaliadas no presente estudo, como a quantificação dos componentes corporais e as variações hormonais (principalmente nas mulheres), as quais poderiam elucidar, em partes, tais discrepâncias.