Exercício Físico e Regulação Epigenética Imune em Mulheres em Diferentes Fases da Menopausa: Uma Abordagem Celular
Por Guilherme da Silva Rodrigues (Autor), Andressa Crystine da Silva Sobrinho (Autor), Elisangela Gisele do Carmo (Autor), Carlos Roberto Bueno Júnior (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A menopausa está associada à imunossenescência e à alteração na composição de células do sistema imune, o que pode comprometer a resposta adaptativa e aumentar o risco de doenças do envelhecimento. O exercício físico é uma estratégia eficaz para modular a metilação do DNA, com impactos positivos sobre a função imunológica. OBJETIVO: Investigar como o estado da menopausa (pré ou pós-menopausa) influencia a proporção estimada de células imunes e sua relação com a resposta epigenética ao exercício físico. MÉTODOS: Foram analisados dois bancos públicos de metilação de DNA de sangue total (Gene Expression Omnibus: GSE296180 e GSE270856), 13 mulheres pré-menopáusicas (26-40 anos) e 49 pós-menopáusicas (50-70 anos) respectivamente, submetidas a treinamento físico combinado (força + aeróbio, três vezes por semana). No grupo pré menopausa o VO2Pico foi estimado pelo Shuttle Walking Test e, no grupo pós-menopausa, mensurado com analisador de gases QUARK. A composição celular foi estimada com o pacote EpiDISH, e as associações com VO2Pico e tempo (pre e pós-intervenção) analisados por modelos lineares. RESULTADOS: Foram observadas diferenças na composição basal de células imunes entre os grupos, com natural killer cells (NK) mais elevadas (p = 0,005; d = 0,698) e monócitos reduzidos (p < 0,001; d = 1,124) em mulheres pós-menopáusicas no pré-treinamento. Nesse grupo, 104 sítios CpG foram associados ao VO2Pico e 61 ao tempo (FDR < 0,05). Os CpGs do VO2Pico mostraram enriquecimento em vias de metabolismo de colesterol, ácidos graxos e remodelamento da cromatina. Os associados ao tempo enriqueceram vias de sinalização imune e resposta inflamatória. Houve associações epigenéticas com células B, NK e monócitos, e interações do VO2Pico com células B, CD4+T e monócitos. Nenhuma associação epigenética significativa foi observada no grupo pré-menopausa. CONCLUSÃO: Mulheres pós-menopáusicas demonstraram maior sensibilidade epigenética ao exercício, sugerindo que a menopausa modula a plasticidade imunometabólica induzida pelo treinamento.