Resumo

Introdução: O exercício físico tem sido evidenciado como uma prática promissora na manutenção e melhora da saúde e função cerebrais. No entanto, ainda existem lacunas referentes aos mecanismos e os aspectos que podem explicar essa associação. Objetivo: verificar a relação entre inteligência fluída e saúde mental com o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), adipocinas, aptidão física e fatores sociodemográficos. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, composto por uma amostra de 344 escolares (183 meninos) dos anos iniciais do ensino fundamental, com idades entre seis e 11 anos (média 8,39 ± 1,49) provenientes de uma escola da rede estadual de ensino de Porto Alegre. Todas as variáveis foram avaliadas na escola por um grupo de pesquisadores treinados. A inteligência fluida foi mensurada pelo Teste de Matrizes Progressivas Coloridas de Raven, aplicado por psicólogas. A saúde mental foi avaliada através do Questionário de Pontos Fortes e Dificuldades (SDQ) e respondida pelos pais. A força de membros inferiores, aptidão cardiorrespiratória e agilidade foram avaliadas de acordo com os procedimentos sugeridos pelo Projeto Esporte Brasil (Proesp- Br). Após doze horas de jejum, amostras de sangue foram coletadas para determinar o BDNF, adiponectina e proteína C-reativa. Para verificar as associações e o papel de cada variável, foi realizada uma análise de rede. A medida de Betweenness foi considerada para investigar quais variáveis possuem maior capacidade de conectividade e a medida de Strength para avaliar o peso das associações de cada variável. O programa JASP foi utilizado. Resultados: Nossos principais resultados mostraram que as variáveis força de membros inferiores, agilidade e BDNF têm alta conectividade e são capazes de ligar todas as demais variáveis incluídas na rede. Na medida de força, a idade, proteína C-reativa, força de membros inferiores e BDNF apresentaram os maiores valores. Conclusão: O nosso estudo evidencia que a aptidão física e o BDNF foram as variáveis do modelo que apresentaram alta conectividade. A partir disso, sugere-se que esses são os principais aspectos a serem considerados no desenvolvimento de intervenções para a melhora da saúde mental e cognição na infância.

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