Resumo
O objetivo deste estudo foi identificar as barreiras, motivos e nível de motivação para a prática de exercício em frequentadores de academias. Trata-se de um estudo transversal com amostragem por conveniência de praticantes de exercícios físicos, de ambos os sexos com idade entre 18 a 59 anos, de duas academias de UberlândiaMG. A coleta de dados foi realizada por meio de preenchimento de um formulário online, contendo uma anamnese com informações sobre sexo, idade (em anos), estado civil, escolaridade e doenças pré-existentes e questionários específicos para as variáveis estudadas. Os resultados foram organizados em 2 artigos. No artigo 1, amostra foi de 215 voluntários e foram investigadas as barreiras percebidas para a prática de exercício físico. Foi aplicado o questionário de barreiras percebidas de Martins e Petroski (2000). As associações foram testadas pelo teste de Fisher e pela regressão de Poisson. As percebidas com maior frequência foram jornada de trabalho extensa e falta de energia. O tempo de prática de atividade física foi associado às barreiras “compromissos familiares”, e “falta de interesse na prática” e “falta de conhecimento sobre atividade física”. A idade foi associada à barreira “compromissos familiares” e o estado civil às “tarefas domesticas”. No artigo 2, 142 voluntários participaram do estudo e foram investigados os motivos e nível de motivação. Foram aplicados os questionários Exercise Motivation Inventory (EMI-2) de Markland & Ingledew (1997) e Behavioral Regulation in Exercise Questionnaire (BREQ-3) de Guedes e Sofiati (2015). Os dados foram comparados pelo teste de teste de MannWhitney. Os resultados apontaram que que os motivos mais relatados para prática de exercício físico em frequentadores de academias privadas são “condição física”, “motivos de saúde” e “motivos de estética”. O grupo do sexo masculino apresentou maior escore para os motivos interpessoais quando comparado ao grupo feminino. Com relação a regulação da motivação, os homens possuem maior regulação intrínseca para prática de exercício físico, enquanto as mulheres possuem maior índice de autodeterminação. Concluímos que não houve diferenças significativas de percepção de barreiras entre sexo e nível de escolaridade. O estado civil casado foi associado à barreira “tarefas domésticas”. O tempo de prática de atividade física foi associado às barreiras sobre a própria prática (falta de conhecimento e interesse). Os homens possuem mais motivos interpessoais para e maior regulação intrínseca prática de exercício físico, enquanto as mulheres são mais autodeterminadas. Mais estudos sobre barreiras, motivos e nível de motivação para a prática de exercício físico podem contribuir para um melhor entendimento sobre a mudança de comportamento.