Resumo
Esta tese é composta por três estudos que tiveram por objetivo analisar os efeitos do exercício físico agudo sobre a biologia dos telômeros e os marcadores de estresse oxidativo em modelo animal e em humanos, respectivamente. O comprimento dos telômeros tem sido associado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas, enquanto a atividade física, por outro lado, parece exercer um efeito de proteção destas estruturas. Porém, os mecanismos envolvidos neste processo ainda não foram totalmente elucidados. O objetivo do Estudo #1 foi investigar os efeitos de uma sessão aguda de corrida em esteira sobre a expressão gênica e o conteúdo de proteínas do shelterin (TRF1, TRF2, POT1a, POT1b) no músculo cardíaco de camundongos. O Estudo #2 buscou investigar a possível relação das respostas observadas no estudo #1 e a ativação das proteínas quinases ativadas por mitógenos (MAPKs). O Estudo #3 teve por objetivo investigar os efeitos de uma sessão aguda de teste incremental em esteira sobre os marcadores de estresse oxidativo em indivíduos jovens e de meia-idade, com diferentes níveis de atividade física. Em suma, os resultados demonstraram que uma única sessão de corrida moderada em esteira aumentou a expressão gênica e o conteúdo proteico das proteínas de manutenção do telômero e que este efeito pode ter sido mediado por alterações das vias de sinalização das MAPKs. A ativação das MAPKs como resposta inicial do exercício pode estar relacionada a alterações no estado redox frente ao estímulo estressor do exercício físico que dispara o sistema de defesa antioxidante na tentativa de minimizar a instalação de danos oxidativos. Os dados sugerem ainda uma associação entre uma maior capacidade aeróbia e um maior nível de defesas antioxidantes, indicando a importância de se manter fisicamente ativo durante o processo de envelhecimento.