Resumo

Pessoas com doença renal crônica (DRC) apresentam reduções na capacidade funcional, fadiga e limitações nas atividades cotidianas, comprometendo a qualidade de vida. O exercício físico é uma estratégia segura e eficaz no manejo da DRC, favorecendo a manutenção da funcionalidade e percepção de saúde. OBJETIVO: Investigar os efeitos do exercício físico (hidroginástica e musculação) sobre o estado geral de saúde de pacientes com DRC em estágio conservador. METODOLOGIA: Estudo quase-experimental, delineamento longitudinal. Intervenções compostas por treinamento aquático (2x/sem, 60 min/sessão) e musculação (3x/sem, 60 min/sessão), realizadas ao longo de 2 anos (hidroginástica), ou 9 meses (musculação), não consecutivos. As variáveis avaliadas incluíram medidas morfológicas (altura, peso, IMC, circunferências da cintura e quadril, RCQ), hemodinâmicas (pressão arterial sistólica e diastólica, frequência cardíaca), funcionais (teste sentar e levantar, força de preensão manual, flexibilidade e teste de caminhada de 6min), e aspectos subjetivos (percepção de saúde, fadiga, nível de humor e escala de dor). Os dados foram analisados com teste de normalidade de Shapiro-Wilk e teste t pareado (p<0,05). RESULTADOS: Participaram 29 pacientes, 46,7±15,1 anos: 10 realizaram hidroginástica, 14 musculação e 5 ambos. A frequência média total foi de 51,1±22,5%. Observou-se melhora estatística na circunferência do quadril (p=0.048) e frequência cardíaca (p=0.029) na amostra total. Não houve mudanças significativas nas variáveis funcionais. A musculação associou-se à melhora na percepção de fadiga (p=0.008) e saúde (p=0.055); a hidroginástica, à melhora na percepção de saúde ao longo do tempo (p=0.028). Houve reduções significativas da dor, especialmente em MMII: pernas (p=0.036) e pés(p=<0.001) na amostra total. CONCLUSÃO: O exercício físico pode contribuir para o cuidado integral da saúde de pessoas com DRC, reforçando seu valor terapêutico.

Acessar