Exercício e Prevenção do Diabetes Mellitus em Modelo Experimental com Ratos
Por Carla Ribeiro (Autor), Camila Aparecida Machado de Oliveira (Autor), Maria Alice Rostom de Mello (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Introdução: O exercício tem sido recomendado na prevenção do diabetes mellitus
não insulino dependente (NIDDM), mas os mecanismos envolvidos nessa
intervenção ainda não são bem conhecidos. Modelos experimentais oferecem
oportunidade para o estudo dessa questão. Objetivo:Na busca de um modelo
experimental adequado a estudos sobre o papel do exercício na prevenção do diabetes,
o presente estudo visou analisar os efeitos do treinamento físico sobre a evolução
do quadro diabético em ratos neonatos tratados com aloxana. Materiais e Métodos:
Ratos recém nascidos (6 dias) receberam aloxana [A] (220 mg/kg de peso corporal)
via intraperitoneal. Como controles [C] foram usados ratos injetados com veículo
(tampão citrato). Metade dos animais foi submetida ao treinamento [T] por natação
1hora/dia, 5 dias/semana, a partir do desmame (28 dias). Ao desmame e aos 60
dias de idade, os animais foram avaliados quanto a: glicemia e insulinemia basal e
pós-prandial (30min após sobrecarga oral de glicose 20%). Após 48 horas, foram
sacrificados para análise da secreção de insulina por ilhotas pancreáticas isoladas
(colagenase) em resposta à glicose (5.6 e 8.3mM). Resultados:A glicemia (mg/dL)
basal aos 28 dias não diferiu entre os grupos (A= 58,3±11,7; C= 62,9± 3,0). Já a
glicemia pós-prandial foi maior no grupo A (185,7±16,8), que no C (158,3±27,3).
A insulinemia (ng/mL) basal aos 28 dias foi menor no grupo A (0,20±0,2) que no
C (0,26±0,16), e a isnulinemia pós-prandial, semelhante nos dois grupos (A= 0,46±
0.43; C=0,33±0,31). Aos 60 dias a glicemia basal não diferiu entre os grupos:
(AT=91,3±10,3; CT=98±8,3; AS= 96,7±5,3; CS=92,0±15,2). A glicemia pósprandial variou da seguinte forma: (AT=212,0±87,8~AS=164,7±21,1
>CT=129,3±2 ~ CS=131,3±16,3). A insulinemia basal aos 60 dias não mostrou
diferença entre os grupos (AT=0,89± 0,15; CT=1,37 ±0,46; AS= 1,17 ±0,33;
CS=1,01± 0,51) bem como a pós-prandial (AT=1,37±0,47; CT= 1,18±0,3; AS=
1,99±0,42; CS= 2,52±1,86). A secreção de insulina (ng/5 ilhotas x h) pelas ilhotas
isoladas aumentou quando a concentração de glicose passou de 2,8 mM (CS=
1,69±0,84, AS=0,61±0,34 e AT=0,94±0,47) para 8,3 mM (CS= 7,84± 0,69; AS=
1,35±0,44 e AT= 10,18±4,09) em todos os grupos exceto o CT (2,8mM= 2,59±1,24
e 8,3mM= 3,24±1,33). Conclusão:O treinamento físico atenuou os efeitos do
tratamento neonatal com aloxana sobre a secreção de insulina, sugerindo a adequação
do modelo de diabetes aos estudos com exercício