Exercício em Ratas Jovens Grávidas Portadoras de Desnutrição Protéica: Efeitos Sobre o Metabolismo Glicídico
Por Maria Alice Rostom de Mello (Autor), Eliete Luciano (Autor), Adriana Françoso Correa (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 10, n 2, 2002. Da página 55 a 62
Resumo
Gestação e desnutrição são condições que acarretam profundas alterações metabólicas no organismo. No presente estudo, foram analisados aspectos do metabolismo glicídico em resposta a uma única sessão de exercício em ratas jovens grávidas desnutridas. Foram utilizadas ratas wistar, (50 dias), grávidas ou não, controles (dieta normo [17%] protéica) e desnutridas (dieta hipo [6%] protéica). No 19° dia de experimento/prenhez, as ratas foram separadas em dois lotes: repouso e exercício (50 min natação) e sacrificadas. A ingestão da dieta hipoprotéica acarretou redução do ganho de peso corporal e dos níveis séricos de proteínas totais e elevação dos teores hepáticos de glicogênio, que são sinais de desnutrição. A gestação evitou o aumento da glicemia, mas não dos AGL séricos, induzido pelo exercício. A associação entre gravidez e desnutrição impediu a mobilização do glicogênio hepático e provocou queda da glicemia e do glicogênio do muscular, em seguida ao exercício. Em repouso, o conteúdo pancreático de insulina foi maior nas ratas desnutridas do que nas controles. O inverso ocorreu com a insulina sérica e a liberação do hormônio por ilhotas pancreáticas isoladas, em resposta a concentrações crescentes de glicose. Esses resultados indicam que o pâncreas endócrino adaptou-se à desnutrição, reduzindo a resposta insulínica à glicose. Contudo, essa adaptação foi insuficiente para evitar as alterações que levaram as ratas grávidas desnutridas a apresentarem glicemia e glicogênio muscular baixos quando submetidas à sessão única de exercício. PALAVRAS-CHAVE: desnutrição, exercício, gravidez, glicose, insulina.