Existe alguma relação entre atividade física e medo da COVID-19 entre professores?
Por Nayra Suze Souza e Silva (Autor), Luana Lemos Leão (Autor), Renato Sobral Monteiro-Junior (Autor), Rosa Elizabeth Cabral Barbosa (Autor), Marise Fagundes Silveira (Autor), Rosângela Ramos Veloso Silva (Autor), Desiree Sant'Ana Haikal (Autor).
Resumo
Identificar a associação entre atividade física durante a pandemia e o medo da COVID-19 entre professores do estado de Minas Gerais, Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal e analítico, realizado por meio de questionário online aplicado a professores. A coleta de dados ocorreu entre agosto e setembro de 2020, utilizando um formulário digital. O medo da COVID-19 foi a variável dependente, mensurado pela Escala de Medo da COVID-19 validada para o Brasil, e relacionado a variáveis independentes referentes à atividade física. Foi utilizada regressão de Poisson com variância robusta, considerando-se o medo intenso da COVID-19 como categoria de referência. Resultados: Participaram do estudo 15.641 professores. Destes, 43,7% relataram medo intenso da COVID-19 e 47,9% não praticavam atividade física. Os professores categorizados como insuficientemente ativos (RP = 0,98) e fisicamente ativos (RP = 0,96) apresentaram menor probabilidade de vivenciar medo intenso da COVID-19. Observou-se uma menor prevalência de medo intenso da COVID-19 entre aqueles que praticavam atividade física durante a semana, com uma prevalência decrescente à medida que a frequência da atividade física semanal e a duração do exercício diário aumentavam. Além disso, aqueles que praticavam musculação/CrossFit também apresentaram uma associação inversa com o medo intenso da COVID-19. Conclusão: Os resultados indicam que a prática de atividade física durante a pandemia esteve inversamente associada ao medo intenso da COVID-19. Adicionalmente, uma maior duração da atividade física correlacionou-se com uma menor prevalência de medo intenso da COVID-19.