Existe correlação entre a velocidade pico na corrida de costas com outras variáveis de desempenho em homens fisicamente ativos?

No campo da preparação esportiva, a corrida de costas (CC) tem sido utilizada em programas de treinamento como um método para reabilitação de praticantes de exercício físico e atletas, exercício de pré-ativação muscular e estratégia para melhorar o desempenho esportivo. Para o adequado controle das intensidades de treinamento tem sido utilizada a velocidade pico na CC (Vpico_C). No entanto, ainda se faz necessário demonstrar quais variáveis ​​de desempenho estão correlacionadas com a Vpico_C e melhor definem as demandas específicas da CC para a otimização da prescrição do treinamento. OBJETIVO: Verificar se existe correlação entre Vpico_C com outras variáveis de desempenho como corrida de 5 km, teste incremental máximo para determinação da velocidade pico de corrida de frente (Vpico_F), sprint de 20 metros e teste T de agilidade em homens fisicamente ativos. MÉTODOS: Participaram do estudo 54 homens fisicamente ativos (idade: 27,7 ± 4,8 anos; massa corporal: 79,7 ± 1,0 kg; estatura: 177,0 ± 0,0 cm; percentual de gordura: 18,0 ± 0,7%; IMC: 25,4 ± 0,3 kg·m-2). Os participantes se apresentaram em quatro visitas à pista oficial de atletismo (400 m) para realizar os seguintes testes: 1ª visita: corrida de 5 km, 2ª visita: Vpico_F, 3ª visita: Vpico_C, 4ª visita: sprint de 20 metros e teste T de agilidade. Na 5ª visita, em laboratório, os participantes realizaram o teste de salto contramovimento (CMJ). Os testes foram realizados no mesmo horário do dia em condições climáticas semelhantes, com intervalos de 48 horas. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk; o teste t de Student para amostras dependentes foi usado para comparar as variáveis. A correlação entre a Vpico_C e as demais variáveis foi realizada pelo teste correlação de Pearson (r), seguindo a seguinte classificação: 0,0 a 0,1 muito baixa; 0,1 a 0,3 baixa; 0,3 a 0,5 moderada; 0,5 a 0,7 alta; 0,7 a 0,9 muito alta; 0,9 a 1,0 quase perfeita. Os dados estão apresentados em média ± desvio padrão (DP) e o nível de significância adotado foi de P < 0,05. RESULTADOS: Os resultados das correlações estão apresentados na tabela 1. Houve elevada correlação entre Vpico_C e Vpico_F (7,7 ± 0,1 km·h-1; 13,0 ± 0,2 km·h-1, respectivamente); a Vpico_C apresentou correlação moderada com o tempo do desempenho na corrida de 5 km (t-5km) (27,4 ± 0,5 min). As demais variáveis ​​apresentaram correlação baixa ou muito baixa com a Vpico_C. CONCLUSÃO: Concluímos que houve elevada correlação entre Vpico_C e Vpico_F, demonstrando que ambas as variáveis se correlacionam e representam a CF e CC.