Resumo

Introdução: O exercício de agachamento é uma tarefa motora muito utilizada na prescrição de programas de treinamento para alto rendimento, em ambientes clínicos e em academias de ginástica. Estudos foram realizados a fim de registrar a atividade muscular dos principais músculos envolvidos. Especificamente, evidências científicas indicam que o padrão de atividade muscular do reto femoral depende do ângulo da articulação do joelho e da fase do agachamento. Porém, recentemente estudos tem demonstrado que existe atividade regionalizada no músculo reto femoral em tarefas isométricas. Objetivo: Verificar se a amplitude do eletromiograma (EMG) do reto femoral varia igualmente em diferentes porções do músculo durante o agachamento, bem como sua relação com as variações angulares do complexo articular do joelho. Métodos: Treze homens graduandos da Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ foram avaliados. Vetores de eletrodos de superfície foram utilizados para investigar as ativações das diferentes porções do músculo. Adicionalmente, foi utilizado um goniômetro no complexo articular do joelho para o registro das posições angulares. Resultados: As variações da amplitude do EMG dependeram da porção muscular, da fase do agachamento e do ângulo do joelho. Os valores eficazes (root mean square - RMS) normalizados da porção proximal foram significativamente maiores do que os da porção distal apenas nos ângulos de 60° e 90° para as fases de descida e subida do agachamento nas condições experimentais de 20% e 40% de sobrecarga (p < 0,001). Os valores RMS foram maiores na fase de descida em comparação com a de subida (p < 0,001). Com o aumento do ângulo do joelho ocorreu o aumento do valor RMS das porções proximal e distal, independentemente da porção muscular (p < 0,001). A espessura do músculo reto femoral foi significativamente maior na porção proximal comparando com a distal (p < 0,05). Conclusão: O músculo reto femoral é ativo de forma não homogênea durante o exercício de agachamento.

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