Existem diferenças em parâmetros antropométricos e no nível de atividade física de policiais da tropa ordinária e especializada?
Por João Carlos Dos Santos Quintanilha (Autor), Mauro Mediano (Autor), Flavia Mazzoli Da Rocha (Autor), Erick Eduardo Da Silva Pereira (Autor), Fernanda De Souza Nogueira Sardinha Mendes (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Embora maiores níveis de atividade física usualmente estejam associados a maior consumo máximo de oxigênio (VO2máx), essa relação em indivíduos com cardiomiopatia chagásica crônica (CCC), que apresentam redução da capacidade funcional primariamente relacionada ao comprometimento cardíaco, ainda não foi estudada.
Objetivo: Avaliar a associação entre níveis de atividade física e VO2máx em pacientes com CCC.
Métodos: Trata-se de estudo transversal utilizando dados da linha de base de um ensaio clínico randomizado (estudo PEACH), que incluiu pacientes adultos com CCC, ambos os sexos, acompanhados regularmente em um ambulatório de referência para doenças infecciosas (INI/Fiocruz). Foram coletadas informações sociodemográficas (idade, sexo e cor), clínicas (estágio da CCC, classificados como B2 ou C), nível de atividade física (IPAQ-curto) e VO2máx (teste de esforço cardiopulmonar). Os participantes foram categorizados em relação ao nível de atividade física de acordo com as orientações do IPAQ (inativos, insuficientemente ativos e ativos). A associação entre o nível de atividade física e o VO2máx foi avaliada utilizando modelos de regressão linear não ajustados e ajustados por potenciais variáveis de confundimento (idade, sexo e estágio da CCC).
Resultados: A amostra foi composta por 30 pacientes, maioria do sexo masculino (66,7%) e de raça parda (46,7%). A idade média de 59,3 (±10,0) anos. A maioria encontrava-se em estágio C da CCC (73,3%). Em relação ao nível de atividade física, o maior percentual era de inativos (66,7%), sendo o restante classificado como insuficientemente ativo (33,3%). O VO2máx foi maior nos indivíduos insuficientemente ativos em comparação aos inativos (20,7 vs 14,4; p=0,002). Na análise não ajustada, foi observada associação significativa entre o nível de atividade física (insuficientemente ativo vs inativo) e o VO2max (β=+6,2; IC95%: 2,5 a 10,0; p=0,002), que permaneceu mesmo após ajuste por potenciais variáveis de confundimento (β=+3,9; IC95%: 0,3 a 7,6; p=0,04).
Conclusão: Maiores níveis de atividade física estiveram associados a maior VO2max, mesmo abaixo das recomendações preconizadas para atividade física semanal (insuficientemente ativos). Esses resultados reforçam que quaisquer aumentos dos níveis de atividade física podem trazer importantes benefícios em relação à melhora da capacidade funcional em indivíduos com CCC.