Expedição em autonomia - Um contributo para a formação de Guias da Natureza na Universidade da Madeira
Por António João Apolinário Pereira (Autor), António Pereira (Autor), Fernando Correia (Autor).
Em XIX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A Expedição em Autonomia tem sido, desde 2012, parte integrante da componente avaliativa da Unidade Curricular Atividades Desportivas da Natureza do Curso Técnico Superior Profissional de Guias da Natureza da Universidade da Madeira. Este artigo, integrado nos estudos do Doutoramento em Currículo e Inovação Pedagógica, pela mesma Universidade, tem como principal objetivo analisar e compreender a atividade desportiva expedição enquanto Ambiente de Aprendizagem Emergente (AAE). Para que tal fosse possível, foi necessário elaborar um enquadramento teórico que conceptualiza os AAE e todas as suas problemáticas inerentes à luz de conceituados autores de referência na área das ciências da educação e também das ciências do desporto. Após a fundamentação teórica, focamo-nos na apresentação da Expedição por duas vias paralelas: 1 - enquanto atividade desportiva de adaptação ao meio e de grandes espaços, identificando diferentes propósitos e abordagens; 2 - enquanto AAE, relacionando-o com o estado da arte em ambientes de aprendizagem. Com o intuito de aprofundar o conhecimento sobre a Expedição, recorreu-se a uma análise sob dois eixos. O primeiro, na ótica do docente que concebeu o conceito deste cenário, analisando quatro dimensões: a dimensão socio emocional, a dimensão do controlo da ação, a dimensão da interação social e a dimensão do processo criativo. O segundo eixo através de um formulário fundamentado nos trabalhos de Jonassen (2000) e Brunet (1992). Como ilação principal, confirmou-se que os fundamentos nos quais a Expedição se baseia são de natureza construtivista crítica, o que corrobora a ideia de a Expedição ser um Ambiente de Aprendizagem Emergente, no entanto, face às marcas formativas de muitos participantes, não são exploradas ao máximo as potencialidades deste ambiente na sua fase de planeamento. A secção que mais carece de enaltecer e explorar em futuros trabalhos é referente às capacidades e competências adquiridas no processo de expedição e a procura pela maximização das variáveis que consigam envolver os participantes e embebê-los no contexto criado para o efeito. Com o trabalho aqui desenvolvido enaltece-se não só o caráter recreativo da Expedição, mas fundamentalmente as potencialidades deste tipo de atividades desportivas enquanto palco principal para projetos educativos em quaisquer ciclos de estudos.